Muitos consumidores norte-americanos são fãs da competição automóvel e, para eles, a Rampa de Pikes Peak tem um lugar de destaque no seu imaginário, pois os vencedores têm de ter carros potentes e eficientes, conduzidos por pilotos dotados e sem grande apreço pela vida. Além de extremamente rápida, esta competição é disputada numa subida que se inicia a 2865 metros de altitude (a “nossa” Serra da Estrela fica-se pelos 2000 metros) e termina nos 4305 m, bem acima das nuvens, recheada de curvas retorcidas e precipícios intermináveis. E numa fase em que está a preparar a futura gama de modelos 100% eléctricos, a Alpine ataca o mercado americano ao marcar presença em Pikes Peak.

O A110 é o único modelo da Alpine, mas está disponível em diferentes versões, tendo por base o coupé de dois lugares pequeno, ágil e leve, que consegue ser muito rápido apesar de possuir apenas um motor com 1,8 litros sobrealimentado e 300 cv de potência. Mas, a partir de 2026, o construtor francês do Grupo Renault já fez saber que só sairão da sua linha de montagem modelos eléctricos alimentados por bateria, o que coloca a Alpine no grupo da frente da electrificação total, ou seja, entre as marcas que prescindem dos motores de combustão.

Risco e emoção tornam Pikes Peak a referência

A Rampa de Pikes Peak é uma das novas referências no desporto automóvel norte-americano, uma vez que exige um carro potente e rápido, conduzido por um piloto com uma certa dose de loucura, capaz de acelerar mesmo no meio de penhascos e precipícios. O objectivo é estabelecer o melhor tempo numa rampa com 20 km – mais precisamente 19,99 km – em que a altitude pode ser um problema, pela limitação da aerodinâmica e da potência do motor, o que torna evidente o potencial da mecânica.

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O Alpine que vai estar a defender as cores da marca na prova norte-americana é o A110 R numa versão distinta, conhecida como GT4 Evo. Trata-se de uma versão destinada a provas de velocidade, mas vocacionada para maximizar o rendimento em pista, por oposição à optimização do rendimento em estrada do Alpine A110 R, que habitualmente disputa o campeonato da FIA de ralis em GT4 e que tem realizado uma carreira fulgurante no Mundial de Ralis deste agrupamento, onde participam os desportivos de série sem grandes transformações ou preparações.

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Para participar na Rampa de Pikes Peak, que este ano se disputa a 25 de Junho, a Alpine vai surgir com um A110 com as especificações GT4 Evo, uma versão que mantém as habituais duas rodas motrizes, mas que reforçará a aerodinâmica ao exibir um splitter frontal (o “lábio” inferior) e uma asa traseira mais generosa. O objectivo é compensar a perda de apoio em altitude devido ao ar mais rarefeito acima dos 2800 metros de altitude, com os maiores apêndices aerodinâmicos a “colar” o Alpine ao asfalto, mesmo nas cotas mais elevadas.

O A110 GT4 Evo, que em condições de homologação fornece 360 cv, vai ser alvo de adaptação às condições da rampa pela Alpine e pela equipa Signatech, esta última com vasta experiência em todo o tipo de competição, com destaque para o Campeonato do Mundo de Resistência, que inclui as 24 Horas de Le Mans. Ao volante do GT4 Evo vai estar Raphaël Astier, piloto que se sagrou vencedor da Taça FIA R-GT em 2022, aos comandos de um Alpine A110 R. O piloto gaulês, que em 2023 carimba a sua 5.ª presença em Pikes Peak, vai assim tentar ser o mais rápido da sua classe na rampa norte-americana, onde acredita que o A110 GT4 Evo terá uma palavra a dizer. Enquanto não começa a subir a rampa, veja em baixo Raphaël Astier a treinar para o campeonato FIA que acabaria por vencer em 2022.