O salário anual do presidente executivo da petrolífera BP mais do que duplicou, em 2022, para cerca de 11,3 milhões de euros, devido ao aumento dos lucros, segundo um relatório divulgado esta sexta-feira.

De acordo com a Associated Press (AP), que cita o relatório anual divulgado pela empresa com sede em Londres, Bernard Looney mais do que duplicou o salário total, em 2022, devido aos lucros ‘recorde’ registados pelas empresas de petróleo e gás, na sequência do aumento dos custos da energia.

A informação foi divulgada um dia depois de a concorrente Shell ter também dado conta de um pacote salarial multimilionário semelhante para o seu principal executivo, após a divulgação dos resultados de 2022.

No relatório conhecido esta sexta-feira, a BP disse que Bernard Looney recebeu um total de cerca de 10 milhões de libras (cerca de 11,3 milhões de euros, à taxa de câmbio atual), que comparam com 4,5 milhões de libras auferidas no ano anterior.

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O pacote salarial de Looney inclui um bónus de 2,4 milhões de libras e seis milhões de libras em ações da empresa.

A BP reportou, em fevereiro, lucros de mais de 26.220 milhões de euros, o dobro do registado no exercício anterior, depois de a invasão russa da Ucrânia ter feito disparar os preços do petróleo e do gás.

Grupos ativistas como a Global Witness e alguns legisladores da oposição no Reino Unido pediram a aplicação de impostos sobre os lucros inesperados (‘windfall tax’) das empresas de energia, bem como sobre os bónus.

Na quinta-feira, o Partido Liberal Democrata da Grã-Bretanha defendeu um imposto único de “bónus de bonança” para executivos de empresas de energia, após a Shell ter divulgado que o pacote salarial do então presidente executivo Ben van Beurden tinha aumentado para mais de 11 milhões de euros anuais, em 2022, graças a lucros ‘recorde’ de cerca de 37.500 milhões de euros.

“É escandaloso que os patrões do petróleo e do gás estejam a arrecadar milhões em bónus, enquanto as famílias lutam para aquecer as suas casas”, disse o líder do partido, Ed Davey.

O comité da BP que define o pagamento dos executivos disse que “procurou cuidadosamente moderar os resultados” e que as decisões “refletem uma abordagem sensata”.