O autor de um atentado terrorista em nome do grupo Estado Islâmico (EI) em Nova Iorque, que matou oito pessoas em 2017, foi condenado a prisão perpétua, divulgou esta segunda-feira a justiça norte-americana.
O júri não alcançou a unanimidade para condenar o uzbeque Sayfullo Saipov à pena de morte. Saipov tinha sido considerado culpado no final de janeiro pela morte de oito pessoas.
Sayfullo Saipov, autor do atentado de Nova Iorque, acusado de terrorismo
No Halloween de 2017, Sayfullo Saipov investiu a carrinha contra quem passava numa ciclovia movimentada em Manhattan, causando muitos feridos e matando oito pessoas, incluindo cinco argentinos e um belga.
Depois de ter sido considerado culpado, o júri teve que decidir se aplicaria a pena de morte, conforme solicitado pelo Departamento de Justiça, ainda durante a administração do ex-Presidente Donald Trump (2017-2021).
No entanto, a pena capital deve ser pronunciada por unanimidade e, caso contrário, o réu cumpre automaticamente prisão perpétua.
Em comunicado, o Departamento de Justiça sublinhou que Saipov passará o resto da sua vida na prisão “sem possibilidade de sair sob fiança”.
Em 8 de março o júri iniciou as deliberações e, de acordo com o portal Law&Crime, este concordou que as 22 horas diárias passadas numa cela de isolamento desde a detenção do réu constituíam uma circunstância atenuante, embora não fossem unânimes sobre se acreditavam que este voltaria a cometer crimes violentos enquanto estivesse na prisão.
Este foi o ataque mais mortal em Nova Iorque, depois dos atentados de 11 de setembro de 2001.
Sayfullo Saipov reconheceu ser o autor de uma mensagem escrita em árabe que fazia referência ao autoproclamado EI, encontrada, a par com uma bandeira do grupo extremista, junto da carrinha utilizada no ataque ocorrido perto do memorial do World Trade Center.
Este julgamento foi o primeiro a nível federal do mandato de Joe Biden em que estava em causa a pena de morte.
Eleito em novembro de 2020, o Presidente democrata tinha prometido durante a sua campanha trabalhar para abolir a pena de morte a nível federal, sem impedir aquelas decididas pelos estados.
No entanto, num documento judicial de 16 de setembro de 2022 sobre este caso, o procurador distrital de Manhattan, Damian Williams, reconheceu a decisão do Departamento de Justiça de “continuar a pedir a pena de morte”, uma posição decidida ainda durante o mandato de Donald Trump (2017-2021).
A pena de morte foi abolida no Estado de Nova Iorque, mas pode ser aplicada no caso de um julgamento federal. No entanto, a última execução ocorreu há várias décadas neste Estado.