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Dois caças russos Su-27 sobrevoavam esta terça-feira o Mar Negro quando um dos aviões colidiu com um drone de vigilância norte-americano. Segundo James Hecker, general da Força Aérea dos Estados Unidos, o drone MQ-9 realizava “uma operação de rotina no espaço aéreo internacional” no momento em que foi intercetado e atingido por uma das aeronaves russas, resultando o acidente na “perda total” do aparelho.
Os dois aviões estariam a realizar manobras “perigosas” e “pouco profissionais” antes de atingirem o drone, descreveu Hecker. “Antes da colisão, por várias vezes o Su-27 despejou combustível e voou em frente ao MQ-9 de forma irresponsável, ambientalmente descuidada e pouco profissional”. A Rússia, por sua vez, rejeitou qualquer responsabilidade no acidente, alegando que os caças “não entraram em contacto com o drone”, tendo regressando em segurança ao país.
Mas o que sabemos sobre os caças russos Sukhoi-27 e sobre os drones MQ-9? Uns foram criados para fazer frente aos Estados Unidos durante a Guerra Fria. Os outros começaram a operar há menos de 20 anos.
Sukhoi-27: o caça antigo e bem sucedido da Rússia
Foi precisamente como resposta ao F-15 americano que, nos anos 70, a Rússia, então União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, começou a desenvolver o caça Sukhoi-27, também conhecido como Flanker. É um dos mais antigos aviões militares deste género, criado para responder à necessidade de Moscovo de criar uma aeronave altamente manobrável, para evitar a entrada de bombardeiros americanos em território russo, explica o El Espanhol.
Com duplo motor, 21,9 metros de comprimento e uma velocidade máxima de 2.500 quilómetros por hora em grandes altitudes, começou a ser produzido em 1982 e a ser utilizado três anos mais tarde, passando a ser o ponto de partida para o desenvolvimento de outros caças — dando origem ao Su-30, ao Su-33 e ao Su-35, que chegou à Força Aérea russa em 2014. Desenhado pelo Sukhoi Design Bureau, construtora de aeronaves militares, está presente noutros países, desde Angola, Vietname, Uzbequistão e até na Ucrânia. Versões modificadas, indica o jornal espanhol, estão na China, nos modelos j-11 e j-16. Segundo o site Airforce Technology, a variante SU-30MK foi vendida à Índia com licença para a produção local.
Com capacidade de deteção, rastreamento e ataque, a sua metralhadora central é uma Gryazev-Shipunov de calibre 30 mm, que tem capacidade para 150 cartuchos. Consegue transportar foguetes, diferentes modelos de mísseis ou bombas de ataque à superfície.
MQ-9: o drone de vigilância prolongada comum alcance de dois mil quilómetros
O MQ-9 é mais recente. O primeiro voou foi celebrado em 2001, depois de uma década de desenvolvimento pela General Atomics. Começou a ser utilizado pela Força Aérea dos Estados Unidos seis anos depois, em 2007. Atualmente, está ser utilizado pela Força Aérea de diferentes países, desde a britânica, à espanhola, sendo um dos modelos mais operados pelos Estados Unidos em águas internacionais do Mar Negro desde o início da invasão russa à Ucrânia.
Apesar de ser uma arma de ataque (pode transportar até quatro mísseis e bombas hellfire), este que é considerado o primeiro drone UAV (veículo não tripulado) foi pensado, antes, para desempenhar tarefas de vigilância prolongada a grandes altitudes — atingindo 15 mil metros de altitude.
Com 11 metros de comprimento, tem um alcance de 28 horas num raio de quase dois mil quilómetros (1.859 quilómetros), circulando a uma velocidade máxima de 482 quilómetros por hora, com velocidade de cruzeiro de 313 quilómetros por hora. É controlado por um piloto.