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O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, saudou esta sexta-feira a decisão “histórica” do Tribunal Penal Internacional (TPI), que emitiu um mandado de captura contra o chefe de Estado russo, Vladimir Putin, por crimes de guerra.

Uma decisão histórica, que marca o início de uma responsabilidade histórica”, frisou Zelensky num vídeo divulgado na rede social Telegram.

Volodymyr Zelensky sublinhou que Putin e a comissária para os Direitos da Criança no Gabinete do Presidente da Federação Russa, Maria Alekseyevna Lvova-Belova, são agora “suspeitos de um crime de guerra“, lembrando a intervenção destes na “transferência ilegal de milhares de crianças” ucranianas para o território russo.

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Seria impossível realizar tal operação criminosa sem a ordem do principal líder do Estado terrorista. Separar as crianças das suas famílias, privá-las de qualquer oportunidade de entrar em contacto com os seus parentes, esconder crianças em território russo, espalhá-las em regiões remotas — tudo isso é obviamente política do Estado russo, decisões do Estado, maldade do Estado”, vincou.

O governante ucraniano elogiou ainda a equipa do procurador-geral do TPI, Karim Khan, pela ajuda para “lutar por justiça“.

O TPI emitiu esta sexta-feira um mandado de detenção contra o Presidente russo, por crimes de guerra, pelo seu alegado envolvimento em sequestros de crianças na Ucrânia.

Num comunicado, o TPI acusa Putin de ser “alegadamente responsável pelo crime de guerra de deportação ilegal de população (crianças) e transferência ilegal de população (crianças) de áreas ocupadas da Ucrânia para a Federação Russa”.

Em causa estarão milhares de crianças ucranianas institucionalizadas que foram transferidas à força para a Rússia ou para territórios ocupados.

Um relatório sobre o Programa Sistemático da Rússia para a Reeducação e Adoção de Crianças da Ucrânia, lançado, em fevereiro, pelo Laboratório de Pesquisa Humanitária da Escola de Saúde Pública de Yale (HRL), estima em mais de seis mil os menores ucranianos colocados em 43 campos de reeducação ou orfanatos russos após a invasão da Ucrânia pela Rússia a 24 de fevereiro de 2022. O relatório admite que o número pode ser bastante maior.

A organização não-governamental (ONG) Human Rigths Watch (HRW) estima, num outro relatório, que milhares de crianças ucranianas que viviam em orfanatos foram transferidas à força para a Rússia ou para territórios ocupados.

A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).