O PCP assinalou esta segunda-feira os 20 anos do início da guerra no Iraque salientando que aquele conflito “representou um novo salto qualitativo” na estratégia imperialista dos Estados Unidos, que se traduz num “cerco à Federação Russa”.

Em comunicado, o gabinete de imprensa do PCP refere que a guerra do Iraque constituiu “uma aberta violação do direito internacional e da soberania daquele país” e foi desencadeada “com base numa campanha de mentiras”, nomeadamente no que se refere à existência de armas de destruição maciça, “que, como se veio a comprovar, não existiam”.

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Para o PCP, aquele conflito “representou um novo salto qualitativo na estratégia de impor pela força a hegemonia planetária do imperialismo norte-americano, após o desaparecimento da União Soviética”.

“Tratou-se de um crime que deixou muito claro que a estratégia agressiva dos Estados Unidos da América e dos seus aliados visa todos os países que afirmem a sua soberania e independência, não obstante os seus sistemas sociais e económicos”, lê-se no comunicado.

É neste contexto, segundo o PCP, que o “imperialismo promove uma escalada de confrontação e de guerra, nomeadamente na Ucrânia, em que se insere o cerco à Federação Russa e, de forma cada vez mais aberta, à República Popular da China, comportando o perigo real de uma catástrofe mundial”.

“O capitalismo em profunda crise encontra sempre milhares de milhões para financiar a guerra e para enterrar no seu sistema financeiro mergulhado em crises sem fim”, refere-se.

Sobre a guerra no Iraque, o PCP recorda que o conflito “traduziu-se em milhões de mortos e feridos” e destruiu as infraestruturas e economia de “um dos mais desenvolvidos países no Médio Oriente”.

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“Nenhum dos responsáveis pela destruição e ocupação do Iraque, ou por crimes associados como as ignóbeis torturas nas prisões dos Estados Unidos da América no Iraque – de que Abu Ghraib foi o mais tenebroso exemplo – foi alguma vez chamado a responder pelos seus crimes de guerra e as suas mentiras”, destaca-se.

O PCP salienta que, pelo contrário, “os subservientes e colaboracionistas com esta política de guerra e mentiras foram premiados”, dando o exemplo do ex-primeiro-ministro Durão Barroso que, segundo o partido, após ter “atrelado vergonhosamente Portugal à guerra e ocupação do Iraque”, foi “promovido a presidente da Comissão Europeia no ano seguinte”.

Para o partido, “a guerra e ocupação do Iraque pelos Estados Unidos da América e seus aliados é apenas um dos muitos exemplos da estratégia de guerra e confrontação promovida pelo imperialismo norte-americano”.

“Aqueles que agora se assumem como imaculados defensores do direito internacional e da soberania e integridade territorial dos Estados, são os mesmos que decidiram, concretizaram ou apoiaram estas e muitas outras violações da Carta da ONU e dos direitos dos povos, deixando atrás de si um rasto de caos e destruição que permanece até aos nossos dias”, critica-se.