O antigo primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, repetiu nesta quarta-feira sob juramento durante uma audição parlamentar que não mentiu propositadamente aos deputados quando negou violações das restrições impostas durante a pandemia para evitar a propagação da Covid-19.
“Estou aqui para dizer com toda a franqueza que não menti à Câmara (dos Comuns). Quando as declarações foram feitas, foram feitas de boa-fé e com base no que sabia e acreditava na altura”, afirmou, após prestar juramento sobre a Bíblia.
Em causa estão declarações feitas durante debates semanais na câmara baixa do Parlamento britânico em 2022, quando afirmou que as regras em vigor tinham sido cumpridas.
Posteriormente, um inquérito interno do Governo revelou uma série de encontros que violaram as medidas de distanciamento social em vigor em 2020 e 2022 em vários edifícios governamentais, incluindo na residência e escritório oficiais do primeiro-ministro, em Downing Street.
Boris Johnson nega ter mentido intencionalmente ao parlamento sobre festa durante a pandemia
“Houve uma série de dias durante um período de 20 meses em que se realizaram reuniões em Downing Street que passaram do ponto em que se podia dizer que eram necessárias para fins de trabalho. Isso foi errado. Lamento-o amargamente”, admitiu esta quarta-feira Johnson.
Porém, disse que a comissão não encontrou até agora “nada que demonstre que tivesse sido avisado com antecedência de que os acontecimentos do número 10 eram ilegais e nada que mostre que alguém me levantou preocupações sobre qualquer acontecimento, quer antes quer depois de este ter ocorrido”.