Gelada, à temperatura ambiente, de vários tragos ou de penálti. Há quem prefira bebê-la num copo, há quem prefira fazê-lo diretamente de uma garrafa ou de uma lata. A discussão sobre como a cerveja sabe melhor é tão antiga quanto a própria cerveja.
Um estudo científico tentou esclarecer qual a melhor maneira de consumir a bebida, avaliando o melhor modo de preservar uma cerveja: em lata ou numa garrafa. Para a pesquisa foram avaliados dois tipos de cerveja, Amber Ale (AA) e Indian Pale Ale (IPA), e o modo como evoluíram dentro de uma lata ou uma garrafa ao longo de seis meses.
A conclusão? A Amber Ale poderá saber melhor quando é bebida de uma garrafa, enquanto que o sabor de uma Indian Pale Ale não se altera consoante o modo de armazenamento.
Além de água e etanol — o álcool encontrado na bebida –, a cerveja é ainda feita com recurso a leveduras, lúpulo e outros ingredientes. Assim que uma cerveja é armazenada, de acordo com o estudo, ocorrem reações químicas dentro da cerveja que alteram o seu sabor. Para avaliar o sabor, os cientistas testaram a estabilidade química da cerveja em garrafas de vidro ou em latas.
De modo a imitar as condições típicas em que uma cerveja é armazenada, as garrafas e latas foram armazenadas durante um mês numa arca frigorífica, e outros cinco meses à temperatura ambiente. A cada duas semanas, os cientistas analisaram os compostos químicos de uma cerveja de lata e uma cerveja de garrafa do grupo de estudo. Os investigadores concluíram que a concentração de metabólitos na Amber Ale teve uma diferença significativa consoante o seu armazenamento, em lata ou garrafa. Já no caso da Indian Pale Ale, a concentração de metabólitos manteve-se semelhante. Segundo os investigadores, assim que for clara a influência dos metabólitos no sabor da cerveja, o estudo permitirá ajudar a concluir qual dos dois métodos de preservação resulta melhor.
O estudo foi realizado por investigadores da Universidade Estatal do Colorado e publicado a 13 de março na revista ACS Food Science and Technology. Para os cientistas que participaram na investigação, os resultados da investigação são “relevantes” e vão “fornecer informações valiosas”, com “respaldo científico”, para melhor tanto as práticas de embalagem, como as escolhas do material das mesmas.