O aumento da idade de reforma dos 62 e 64 anos pôs França a ferro e fogo. Várias manifestações e greves irromperam um pouco por todo o país, mas o Presidente francês insiste que não vai voltar atrás. “Não vou ceder perante a violência. Condeno fortemente todos os atos violentos”, afirmou esta sexta-feira Emmanuel Macron citado pela France 24 à margem de uma conferência de imprensa em Bruxelas,

A medida está a ser analisada pelo Conselho Constitucional francês e Emmanuel Macron sublinhou que vai “esperar pela decisão” do órgão. No entanto, França tem de continuar a “avançar” e “não pode ficar paralisada”, mesmo no meio dos protestos

Pelo menos um milhão de manifestantes nos protestos de França. Há 457 detidos

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Após a deliberação do Conselho Constitucional, o Chefe de Estado demonstrou, esta sexta-feira, a sua “disponibilidade” para se “encontrar” com os sindicatos, isto se eles o “desejarem” e se “quiserem fazer progressos” em áreas como o “fim da carreira, a progressão na carreira, as condições de trabalho e os salários”.

Sobre o cancelamento da ida do Rei Carlos III e da rainha consorte Camila, o Presidente francês assinalou que seria uma “falta de bom senso” que fosse feita uma “visita de Estado no meio das manifestações”. A viagem será remarcada para o início do verão, adiantou Emmanuel Macron.

Adiada a visita de Estado do Rei Carlos III a França

Durante a noite, as manifestações em França continuaram. O ministro do Interior francês, Gérald Darmanin, adiantou que foram detidas 457 pessoas e houve registo de 903 fogos nas ruas de Paris, naquele que foi um dos dias mais violentos. “Houve vários protestos, principalmente em Paris”, adiantou o governante, assegurando que a polícia tem capacidade para responder aos protestos.

Tal como Emmanuel Macron, o ministro do Interior considera que o governo francês não deve voltar com a palavra atrás relativamente ao aumento da idade da reforma. “Não penso que devamos desistir da lei por causa da violência. Se fizermos isso, não há Estado. Devemos aceitar um debate democrático e social, mas sem violência”, frisou.

É na capital francesa que se concentram os maiores protestos, mas estão espalhadas por toda a França. Nesta sexta-feira de madrugada, os manifestantes incendiaram a entrada da câmara municipal de Bordéus.