Pelo menos três crianças de nove anos e três adultos de 60 e 61 anos foram mortos durante um tiroteio esta segunda-feira na Covenant School, uma escola primária privada cristã em Nashville, no estado do Tennessee, segundo fonte hospitalar. A diretora da escola, Katherine Koonce, de 60 anos, é uma das vítimas, de acordo com uma lista divulgada pela polícia e consultada pela NBC News. Os bombeiros locais confirmaram ainda a existência de vários feridos.
As três crianças foram declarados mortas após darem entrada no Centro Médico da Universidade de Vanderbilt, em Nashville, segundo um porta-voz daquela unidade hospitalar. Mais tarde a mesma unidade confirmou a morte de três funcionários da escola.
We are responding to an active aggressor at 33 Burton Hills Blvd Covenant School.
We can confirm we have multiple patients.
Parents coming to the school should go to 20 Burton Hills at this time. this is an active scene.— Nashville Fire Dept (@NashvilleFD) March 27, 2023
A polícia metropolitana de Nashville começou a receber denúncias de um tiroteio na Covenant School por volta das 10h13 locais (16h13 em Portugal). A Covenant School, fundada em 2001, pertence à Covenant Presbyterian Church. Tem cerca de 200 anos, da pré-escola ao sexto ano, e 40 funcionários.
Um porta-voz da polícia indicou à Reuters que a resposta das autoridades foi “rápida” e que, por volta das 10h27, a atiradora tinha sido morta.
https://twitter.com/MNPDNashville/status/1640545519511404546
John Cooper mostrou-se “esmagado” pelo incidente na Covenant School e pela “perda” das famílias, defendendo que a comunidade precisa de se unir e de se apoiar mutuamente. O mayor lembrou que o número de crianças mortas devido à violência com armas de fogo tem vindo a aumentar nos Estados Unidos da América. “Atualmente, as armas e as armas de fogo são principal causa da morte das crianças e isso é inaceitável”, declarou Cooper, segundo a CNN internacional.
Atiradora tinha mapas detalhados da escola e deixou manifesto
A polícia apontou inicialmente que a atiradora era uma adolescente, uma informação que foi entretanto corrigida. Segundo as autoridades, tratava-se, afinal, de Audrey Hale, uma mulher transgénero de 28 anos que foi aluna na Covenant School e que reside em Nashville. Hale estava armada com duas espingardas e uma pistola. Acredita-se que pelo menos duas das armas foram adquiridas de forma legal, numa loja em Nashville.
Numa conferência de imprensa, o chefe da polícia metropolitana, John Drake, detalhou que a atacante tinha mapas desenhados do interior da escola, com os pontos de entrada e vigilância. “Sabemos que a entrada foi conseguida através de disparos contra uma das portas. Foi como entrou na escola”, disse o polícia. Hale “estava preparada para um confronto com autoridades” e “preparada para fazer mais”.
Drake acrescentou que as autoridades encontraram o “manifesto” da autora e outros escritos. O chefe da polícia não adiantou o conteúdo dos mesmos. A polícia sabe que a Covenant School era o único objetivo da atiradora. John Drake adiantou ainda que o pai de Audrey Hale foi entretanto ouvido pelas autoridades.
Os tiroteios em massa são frequentes nos Estados Unidos, mas é incomum serem levados a cabo por mulheres. Segundo a Reuters, dos 191 tiroteios em massa catalogados desde 1996 pelo Violence Project, em apenas quatro o atacante era uma mulher.
O porta-voz da polícia metropolitana de Nashville, Don Aaron, disse à CNN internacional que as autoridades vão passar as próximas horas a processar a cena do crime e que o processo só deverá ficar concluído durante a tarde desta terça-feira. Paralelamente, a polícia vão reunir mais detalhes sobre o que aconteceu na escola e as motivações da atacante.
Biden condena tiroteio em Nashville e pede “mais” para proteger escolas
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, condenou o tiroteio e sublinhou que é preciso fazer “mais” para proteger as escolas. “Devemos fazer mais para acabar com a violência armada. Devemos fazer mais para proteger as nossas escolas para que não se tornem prisões. Estou pedindo ao Congresso novamente para aprovar a minha proibição de armas de fogo”, disse no início de um evento em Washington sobre mulheres empreendedoras.
Joe Biden considerou que o que aconteceu, o “pior pesadelo das famílias”, é “doente”. Também a Casa Branca reagiu ao ocorrido pedindo aos legisladores maior ação contra as armas de fogo.
“Quantas crianças mais terão de ser mortas antes que os republicanos no Congresso aprovem a proibição de armas de fogo? (…) Devemos fazer mais. Biden quer que o Congresso aja. Já chega”, disse a porta-voz presidencial dos Estados Unidos, Karine Jean-Pierre, em conferência de imprensa.