Pelo menos três crianças de nove anos e três adultos de 60 e 61 anos foram mortos durante um tiroteio esta segunda-feira na Covenant School, uma escola primária privada cristã em Nashville, no estado do Tennessee, segundo fonte hospitalar. A diretora da escola, Katherine Koonce, de 60 anos, é uma das vítimas, de acordo com uma lista divulgada pela polícia e consultada pela NBC News. Os bombeiros locais confirmaram ainda a existência de vários feridos.

As três crianças foram declarados mortas após darem entrada no Centro Médico da Universidade de Vanderbilt, em Nashville, segundo um porta-voz daquela unidade hospitalar. Mais tarde a mesma unidade confirmou a morte de três funcionários da escola.

A polícia metropolitana de Nashville começou a receber denúncias de um tiroteio na Covenant School por volta das 10h13 locais (16h13 em Portugal). A Covenant School, fundada em 2001, pertence à Covenant Presbyterian Church. Tem cerca de 200 anos, da pré-escola ao sexto ano, e 40 funcionários.

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Um porta-voz da polícia indicou à Reuters que a resposta das autoridades foi “rápida” e que, por volta das 10h27, a atiradora tinha sido morta.

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John Cooper mostrou-se “esmagado” pelo incidente na Covenant School e pela “perda” das famílias, defendendo que a comunidade precisa de se unir e de se apoiar mutuamente. O mayor lembrou que o número de crianças mortas devido à violência com armas de fogo tem vindo a aumentar nos Estados Unidos da América. “Atualmente, as armas e as armas de fogo são principal causa da morte das crianças e isso é inaceitável”, declarou Cooper, segundo  a CNN internacional.

Atiradora tinha mapas detalhados da escola e deixou manifesto

A polícia apontou inicialmente que a atiradora era uma adolescente, uma informação que foi entretanto corrigida. Segundo as autoridades, tratava-se, afinal, de Audrey Hale, uma mulher transgénero de 28 anos que foi aluna na Covenant School e que reside em Nashville. Hale estava armada com duas espingardas e uma pistola. Acredita-se que pelo menos duas das armas foram adquiridas de forma legal, numa loja em Nashville.

Numa conferência de imprensa, o chefe da polícia metropolitana, John Drake, detalhou que a atacante tinha mapas desenhados do interior da escola, com os pontos de entrada e vigilância. “Sabemos que a entrada foi conseguida através de disparos contra uma das portas. Foi como entrou na escola”, disse o polícia. Hale “estava preparada para um confronto com autoridades” e “preparada para fazer mais”.

Drake acrescentou que as autoridades encontraram o “manifesto” da autora e outros escritos. O chefe da polícia não adiantou o conteúdo dos mesmos.  A polícia sabe que a Covenant School era o único objetivo da atiradora. John Drake adiantou ainda que o pai de Audrey Hale foi entretanto ouvido pelas autoridades.

Os tiroteios em massa são frequentes nos Estados Unidos, mas é incomum serem levados a cabo por mulheres. Segundo a Reuters, dos 191 tiroteios em massa catalogados desde 1996 pelo Violence Project, em apenas quatro o atacante era uma mulher.

O porta-voz da polícia metropolitana de Nashville, Don Aaron, disse à CNN internacional que as autoridades vão passar as próximas horas a processar a cena do crime e que o processo só deverá ficar concluído durante a tarde desta terça-feira. Paralelamente, a polícia vão reunir mais detalhes sobre o que aconteceu na escola e as motivações da atacante.

Biden condena tiroteio em Nashville e pede “mais” para proteger escolas

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, condenou o tiroteio e sublinhou que é preciso fazer “mais” para proteger as escolas. “Devemos fazer mais para acabar com a violência armada. Devemos fazer mais para proteger as nossas escolas para que não se tornem prisões. Estou pedindo ao Congresso novamente para aprovar a minha proibição de armas de fogo”, disse no início de um evento em Washington sobre mulheres empreendedoras.

Joe Biden considerou que o que aconteceu, o “pior pesadelo das famílias”, é “doente”. Também a Casa Branca reagiu ao ocorrido pedindo aos legisladores maior ação contra as armas de fogo.

“Quantas crianças mais terão de ser mortas antes que os republicanos no Congresso aprovem a proibição de armas de fogo? (…) Devemos fazer mais. Biden quer que o Congresso aja. Já chega”, disse a porta-voz presidencial dos Estados Unidos, Karine Jean-Pierre, em conferência de imprensa.