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Um dos principais conselheiros de Volodymyr Zelensky desmentiu publicamente que a Ucrânia se esteja a preparar para se sentar à mesa das negociações com a Rússia, contrariando assim uma entrevista de outro conselheiro próximo do Presidente ucraniano.
No Twitter, Mykhailo Podolyak, escreveu que “a base para uma negociação real com a Federação Russa é a retirada total dos grupos armados russos do território ucraniano reconhecido internacionalmente em 1991, incluindo a Crimeia”, e que não está em cima da mesa “qualquer questão que se prenda com concessões de território ou negociações da nossa soberania”.
About basics. The basis for real negotiations with RF is the complete withdrawal of Russian armed groups beyond the internationally recognized borders of Ukraine in 1991. Including #Crimea. There is no question of any territorial concessions or bargaining of our sovereign rights.
— Михайло Подоляк (@Podolyak_M) April 6, 2023
A publicação de Podolyak surge horas depois de uma entrevista de Andrew Sybiha, outro dos conselheiros de Zelensky ao Financial Times, cujas declarações pareceram ir no sentido contrário. Andriy Sybiha indicou ao jornal britânico que os ucranianos poderiam abrir a via do diálogo caso a contraofensiva que se avizinha fosse bem sucedida e chegasse à fronteira administrativa da Crimeia. “Se alcançarmos os nossos objetivos estratégicos no campo de batalha, e quando estivermos na fronteira administrativa da Crimeia, estaremos prontos a abrir uma página diplomática para discutir este assunto”, disse o responsável de Kiev.
Não é claro neste momento se os comentários divergentes dos dois conselheiros representam uma divisão de opiniões no seio do governo ucraniano ou se a posição original manifestada por Sybiha pretendia apenas responder ao apelo ao internacional para que a Ucrânia e a Rússia começassem a pensar negociar.
Ainda esta quinta-feira, em Pequim, o Presidente francês, Emmanuel Macron, e o homónimo chinês, Xi Jinping, apelaram a uma resolução pacífica do conflito o mais rapidamente possível. Macron destacou a necessidade de uma “retoma das discussões o mais rapidamente possível para construir uma paz duradoura”, ao passo que o líder do regime chinês disse estar empenhado em encontrar uma solução diplomática.
Ainda sobre o mesmo assunto, um porta-voz de Volodymyr Zelensky, Serhiy Nykyforov, disse em declarações ao site ucraniano Liga Net que apenas o chefe de Estado ucraniano tem autoridade para decidir como proceder relativamente a eventuais negociações de paz. No passado, Zelensky já indicou que a questão da Crimeia poderá ser resolvida por canais diplomáticos, mas recusa abrir mão do território, anexado pela Rússia em 2014.
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