Acompanhe aqui o nosso liveblog sobre a guerra na Ucrânia

Ao 409.º dia de guerra na Ucrânia, a divulgação de mais documentos com alegados planos militares dos EUA continua a estar no centro das atenções. Na quinta-feira, o NYT já tinha avançado que estavam a circular no Twitter e Telegram possíveis documentos com planos para a contraofensiva ucraniana. Esta sexta-feira, começou a circular uma nova leva, desta vez com informações que, além da Ucrânia, implicam também informações sobre o Médio Oriente e a China.

O Pentágono já tinha dito que ia investigar a questão, mas foi anunciado que o Departamento de Justiça (DOJ) dos EUA abriu uma investigação. O DOJ está também em contacto com o Departamento de Defesa dos EUA.

Justiça dos EUA abre investigação à fuga de informação de alegados planos militares, após nova leva de documentos chegar às redes sociais

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Kiev reagiu, com o conselheiro do Presidente Zelensky a falar mais uma vez numa operação de desinformação da Rússia. “O objetivo destes ‘leaks’ de dados secretos é óbvio: desviar as atenções, lançar dúvidas e suspeitas mútuas, semear a discórdia”, escreveu Podolyak no Twitter.

O sistema energético ucraniano também foi um dos temas do dia. Ao início da manhã, os serviços de informação do Reino Unido partilharam uma análise onde consideram que é “altamente provável” que a campanha russa para danificar de forma severa o sistema energético unificado da Ucrânia tenha falhado.

Após os ataques russos, que obrigaram a uma pausa nas exportações de energia, a Ucrânia tem estado a recuperar o sistema energético. Os esforços “titânicos” dos trabalhadores, como comentou o ministro da Energia da Ucrânia, vão permitir retomar as exportações de eletricidade depois de uma pausa forçada de seis meses.

Ucrânia pode retomar exportações de eletricidade após pausa de seis meses devido a ataques da Rússia

O que se passou durante a tarde:

  • A Presidência da Ucrânia divulgou que, na sexta-feira, Zelensky partilhou o “Iftar”, a refeição após o pôr do sol que quebra o jejum diário durante o período do Ramadão, com soldados muçulmanos. O Presidente da Ucrânia quer que esta ação se torne uma tradição e um sinal de que a “Ucrânia valoriza todas as comunidades”.
  • As forças russas atacaram este sábado duas cidades na região de Zaporíjia — Huliaipole e Orikhiv. A informação foi dada pelo governador da região, Yurii Melashko, através do Telegram.
  • A Ucrânia anunciou que vai retomar as exportações de eletricidade após uma pausa de seis meses devido a ataques da Rússia. A União Europeia deverá ser o principal mercado.
  • A Ucrânia anunciou ter colocado mais de seis mil minas junto à fronteira da Ucrânia com a Bielorrússia, em operações que pretendem reforçar a linha defensiva do país, informou o Ministério da Defesa da Ucrânia. Foram também construídos sete quilómetros de trincheiras em posições próximas da linha divisória entre ambos os países.
  • Várias centenas de pessoas, incluindo o líder do grupo paramilitar Wagner, Yevgeny Prigozhin, estiveram este sábado, 8 de abril, em Moscovo no funeral do ‘blogger’ militar Vladlen Tatarsky, que morreu num atentado à bomba no domingo passado, em São Petersburgo.

Centenas de pessoas, incluindo patrão do grupo Wagner, assistem a funeral de blogger militar russo

O que se passou durante a manhã:

  • Há mais uma leva de alegados planos militares a circular nas redes sociais, desta vez com informações sobre o Médio Oriente e a China. O Departamento de Justiça dos EUA já abriu uma investigação.
  • Mais de 30 crianças regressaram à Ucrânia depois de serem levadas para a Rússia, de acordo com números divulgados pela organização “Save Ukraine”. As crianças foram “sequestradas pelos russos nas regiões de Kherson e Kharkiv”, disse a associação.
  • Mykhailo Podolyak, conselheiro do Presidente ucraniano, reforçou a teoria de que os planos com informações militares que circulam nas redes sociais são uma operação de desinformação. “O objetivo destes ‘leaks’ de dados secretos é óbvio: desviar as atenções, lançar dúvidas e suspeitas mútuas, semear a discórdia.”
  • O Institute for the Study of War (ISW) partilhou uma análise focada nos supostos planos militares da NATO e EUA que estão a circular nas redes sociais, que alegadamente incluem informação sobre a contra ofensiva ucraniana. “Os milbloggers [bloggers militares ou com fortes ligações às forças armadas] russos estão a responder com ansiedade aos documentos militares classificados dos EUA sobre a guerra na Ucrânia, indicando um receio contínuo em relação às futuras contraofensivas ucranianas no espaço de informação da Rússia.”
  • Os serviços de informação do Ministério da Defesa do Reino Unido partilharam no boletim diário que é “altamente provável” que a campanha da Rússia para “degradar de forma severa o sistema energético unificado da Ucrânia entre 2022 e 2023” tenha falhado.

Campanha da Rússia para atingir sistema energético da Ucrânia terá falhado, diz Defesa britânica