O futebolista internacional brasileiro Dani Alves admitiu esta segunda-feira, pela primeira vez, ter mantido relações sexuais, consentidas, por via vaginal e oral, com a jovem que o denunciou por suposta violação numa discoteca de Barcelona.

O jogador, de 39 anos, que está em prisão preventiva desde 20 de janeiro, foi confrontado com provas biológicas de restos de sémen nas partes íntimas da vítima e mudou novamente de versão: assumiu esta segunda-feira que mentiu na primeira declaração ao tribunal para ocultar a infidelidade à sua mulher.

Na sua primeira versão à magistrada que o colocou na prisão, o campeão olímpico em Tóquio 2020 pelo Brasil tinha apresentado três versões diferentes dos factos ocorridos em 30 de dezembro.

Até esta manhã, o futebolista tinha admitido apenas sexo oral com a queixosa na discoteca Sutton.

O objetivo da declaração de Dani Alves foi o de aclarar as contradições nas quais incorreu após ter sido detido, um dos motivos que a magistrada usou para o colocar em prisão preventiva.

Em 20 de janeiro, no tribunal, Dani Alves disse inicialmente que não conhecia a vítima, depois admitiu que se encontraram na casa de banho sem que nada acontecesse e, finalmente, quando confrontado com as provas biológicas, sustentou que tinha havido sexo oral, sempre consentido.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Justificou agora com a “química” e “tensão sexual” entre ambos desde o momento em que conheceu a jovem e com quem dançou na discoteca para justificar o sexo na casa de banho, para a qual se dirigiram e saíram em separado, alegando sempre ter sido acordado entre ambos.

Assegurou que as relações sexuais foram livres e voluntárias, sem que em algum momento a jovem tenha pedido para parar a relação.

Considera que o facto de não ter sido “atencioso” nem “afetuoso” no fim do ato, após o qual pediu para saírem em separado, pode ter sido o motivo da denúncia por violação.

A sua defesa apresentou um comunicado no qual refere que o futebolista é sempre “respeitoso” com as mulheres e que apenas avança para algo mais íntimo se notar uma “predisposição” da outra parte.

O antigo jogador do FC Barcelona disse ter mentido inicialmente face à sua obsessão em esconder a infidelidade à sua esposa, a modelo Joana Sanz, que, em março, anunciou nas redes sociais a intenção de se separar, após oito anos de matrimónio.

O seu advogado apresentou esta manhã um recurso para o colocar em liberdade, contudo, o mesmo não teve provimento, à semelhança do que aconteceu em 21 de fevereiro, quando foi mantido detido face ao “elevado” risco de fuga e pelos “diversos e graves” indícios de crime.