A Reserva Federal norte-americana (Fed) reconheceu, num relatório sobre a falência do SVB, uma série de falhas do seu organismo de supervisão que não lhe permitiram agir a tempo de evitar o colapso do banco.
“Após a falência do Silicon Valley Bank (SVB), devemos reforçar a supervisão e a regulação da Reserva Federal, com base no que aprendemos”, declarou o vice-presidente da Fed com o pelouro da supervisão, Michael Barr, acrescentando que o relatório é “a primeira etapa deste processo”.
A Fed sublinhou, em primeiro lugar, a incapacidade da liderança do SVB em “gerir os seus riscos”, mas reconhece que não tomou as decisões adequadas uma vez conhecidos os riscos.
Os “supervisores não avaliaram plenamente a dimensão das vulnerabilidades” do banco, refere o relatório, à medida que este ganhava “tamanho e complexidade”.
“A Reserva Federal não soube tomar as decisões suficientemente fortes que eram necessárias”, reconheceu Barr, num texto que acompanha o relatório.
“Congratulo-me com este relatório aprofundado e autocrítico e concordo e apoio as recomendações para reforçar as nossas regras e práticas de supervisão”, declarou o presidente da Fed, Jerome Powell, citado num comunicado.
O relatório propõe uma série de medidas a aplicar pelo banco central, nomeadamente impondo um reforço das reservas nos bancos de média dimensão.
Até agora, os Estados Unidos aplicam as regras de “Basileia III”, adotadas após a crise financeira de 2008-2009, apenas aos grandes bancos, cerca de 15 no total.
O relatório considera, no entanto, que o sistema financeiro norte-americano permanece “sólido e resiliente, com um nível elevado de capital e de liquidez”, acrescentando que o SVB era “uma exceção dado o seu modelo comercial muito concentrado”.
Com sede na Califórnia, o Silicon Valley Bank era especializado no setor tecnológico e fazia negócios principalmente com empresas emergentes.