Ao 452.º dia de guerra e um dia depois de o grupo Wagner ter reivindicado a conquista de Bakhmut, palco de uma longa batalha da guerra, declarações de Zelensky acerca da cidade devastada geraram confusão. Primeiro, surgiram relatos de que o Presidente da Ucrânia tinha admitido e desvalorizado em declarações aos jornalistas a perda. Depois, Sergii Nykyforov, porta-voz do líder ucraniano, veio desmentir essas notícias.
“A pergunta do jornalista: os russos dizem que capturaram Bakhmut. A resposta do Presidente: não me parece. Desta forma, o Presidente negou a captura de Bakhmut”, esclareceu o porta-voz. Algumas horas depois e para que ficasse bem clara a sua posição, Zelensky voltou a falar sobre o assunto.
Durante uma conferência de imprensa à margem da cimeira do G7, que se realizou em Hiroshima, no Japão, ao longo dos últimos três dias, o Presidente da Ucrânia declarou que as tropas de Kiev continuam em Bakhmut. Para não dar possibilidades para que sejam feitas “duas ou três interpretações” das suas palavras, Zelensky deixou claro: “Bakhmut não está ocupada pela Federação Russa” neste momento.
O que aconteceu durante o final da tarde e a noite?
- Depois de um encontro com Volodymyr Zelensky à margem da cimeira do G7, o Presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, revelou que está a pensar providenciar à Ucrânia equipamentos de desminagem e ambulâncias;
- Ainda na cimeira em Hiroshima, o Presidente ucraniano assegurou que os caças F-16 não serão usados para atacar a Federação Russa, revelou o líder norte-americano;
- A Terceira Brigada de Assalto da Ucrânia garantiu ter avançado este domingo 700 metros num território antes sob controlo das forças russas perto de Bakhmut. O líder do grupo de mercenários Wagner voltou a garantir que as suas tropas tomaram a cidade;
- Ainda que a rivalidade entre os dois seja bem conhecida, o líder mercenário aproveitou o aniversário do ministro da Defesa russo, Serguei Shoigu, para lhe endereçar uma mensagem de parabéns. Yevgeny Prigozhin assinalou a data com algum humor (e talvez ironia) à mistura: “Esperamos que continue a encantar os outros com o seu sorriso feliz”;
- Uma delegação composta por seis líderes africanos vai marcar presença em Kiev e Moscovo na esperança de “iniciar um processo de paz”, revelou à Associated Press Jean-Yves Ollivier, um dos mediadores. As conversações deverão arrancar já no próximo mês.
O que aconteceu durante a manhã e o início da tarde?
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O general ucraniano Oleksandr Syrskyi disse que as forças de Kiev controlam apenas uma parte “insignificante” de Bakhmut. Porém, afirmou, essa posição será suficiente para que consigam voltar a entrar na cidade quando a situação mudar.
Exército ucraniano diz controlar parte “insignificante” de Bakhmut
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Yevgeny Prigozhin, líder do grupo Wagner, afirmou que o exército russo não ajudou os seus mercenários a conquistar Bakhmut, cidade que a Ucrânia nega ter perdido.
- O Presidente da Ucrânia afirmou, durante uma visita ao Museu da Paz de Hiroshima, que as imagens dessa cidade em ruínas após o lançamento da bomba atómica (em 1945) o lembraram de Bakhmut.
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Após estar reunido com Zelensky, em Hiroshima, à margem da cimeira do G7, Joe Biden anunciou um novo pacote de ajuda militar norte-americana para a Ucrânia no valor de 375 milhões de dólares. O pacote incluirá munição, artilharia e veículos blindados e formação.
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A presença do Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky na cimeira do G7 em Hiroshima, no Japão, é “uma forma de construir a paz”, disse o Presidente francês Emmanuel Macron a jornalistas.
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Para Rishi Sunak, primeiro-ministro britânico, a presença de Zelensky no Japão é um “momento de importância histórica”. E que envia uma “mensagem poderosa de unidade e determinação”.
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Zelensky recusou-se a dar uma data exata para o início da esperada contraofensiva ucraniana. Desta forma, limitou-se a dizer que “a Rússia sentirá” quando começar.
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A reunião entre Lula da Silva e Zelensky no Japão, não aconteceu por “incompatibilidade de agendas”. A informação foi avançada pelo governo do Brasil, de acordo com o site G1.
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O papa Francisco pediu este domingo ao mundo que não se habitue aos conflitos, à guerra e à violência, recordando a situação na “martirizada” Ucrânia e no Sudão, após a oração Regina Coeli.