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O chefe de Estado português, Marcelo Rebelo de Sousa, defendeu esta terça-feira um reforço das relações políticas e económicas entre Portugal e a Argélia, em particular em setores como os da energia e do digital.
Marcelo Rebelo de Sousa falava no Palácio de Belém, em Lisboa, tendo ao seu lado o seu homólogo argelino, Abdelmadjid Tebboune, que iniciou esta terça-feira uma visita de Estado de dois dias a Portugal, e o convidou a visitar a Argélia.
O Presidente português, que foi o primeiro a discursar, referiu que os dois países estão empenhados “na colaboração diplomática”, desde logo “no apoio recíproco relativamente à eleição para o Conselho de Segurança das Nações Unidas: primeiro a Argélia, depois Portugal”.
De acordo com Marcelo Rebelo de Sousa, Portugal e Argélia querem estreitar relações “na colaboração nas Nações Unidas, na colaboração política em geral, na colaboração económica”.
“É preciso ir mais longe no domínio das energias – e Portugal pode dar um contributo com as energias renováveis -, do digital – e Portugal tem todos os anos a cimeira mundial digital -, no domínio da água, das infraestruturais, do turismo, do comércio, da ciência e da tecnologia, da educação”, acrescentou.
O chefe de Estado português mencionou que “não acontecia há 18 anos” uma visita de Estado de um Presidente da Argélia a Portugal e considerou que “esta visita é simbólica do futuro” que ambos querem construir e irá “constituir um marco” nas suas relações bilaterais.
No início da sua intervenção, Marcelo Rebelo de Sousa agradeceu “o contributo argelino para a democracia portuguesa”, referindo que “foram décadas durante as quais Argel e a Argélia foram essenciais na luta da oposição democrática, das várias oposições, contra a ditadura” em Portugal.
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“E na Argélia foram celebrados acordos importantes que abriram caminho à descolonização, como foi o caso daquele que levou à independência e à formalização da independência da Guiné-Bissau e de Cabo Verde”, salientou, reiterando: “Agradecemos esse papel da Argélia”.
Segundo o chefe de Estado português, Europa e África “têm de se conhecer mais e melhor e colaborar mais e melhor” e “Portugal tem feito o que pode nesse sentido”.
Quanto à guerra na Ucrânia, o Presidente português recordou a posição portuguesa de condenação da invasão russa: “Sabe o Presidente amigo e irmão que quanto à Ucrânia muito claros, queremos, tal como a Argélia, a paz, mas respeitando os princípios da integridade territorial, da soberania dos Estados, e por isso condenámos a invasão da Ucrânia pela Federação Russa e condenamos”.
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“E entendemos que é uma condição para a paz o não beneficiar o infrator, isto é, admitir que a Ucrânia deve poder recuperar aquilo que foi objeto de invasão alheia. É uma posição que temos em geral de respeito do direito internacional quando se trata desses princípios, em África, na Ásia, no Médio Oriente, como em qualquer outro ponto do universo”, frisou.
Marcelo Rebelo de Sousa terminou a sua intervenção manifestando a sua vontade de retribuir esta visita do Presidente da Argélia.