A Câmara das Caldas da Rainha alertou esta quinta-feira para a necessidade de serem garantidos cuidados às utentes da região Oeste, considerando preocupante que as maternidades do hospital local e de Santa Maria encerrem em simultâneo.

“São muitas obras ao mesmo tempo, apesar de que elas são todas necessárias. Mas, o facto de se conjugarem todas na mesma altura para nós é ainda mais preocupante”, afirmou o presidente da Câmara das Caldas da Rainha, Vítor Marques (independente), reagindo ao encerramento dos blocos de partos dos hospitais das Caldas da Rainha (no distrito de Leiria) e de Santa Maria, em Lisboa, durante o verão.

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A Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde (DE-SNS), divulgou esta quinta-feira o Nascer em Segurança no SNS – Plano Sazonal Verão 2023, que está programado de junho até setembro e que determina que os blocos de partos dos hospitais de Santa Maria e das Caldas da Rainha vão fechar para obras, o primeiro a partir de 01 de agosto e o segundo a partir de 01 de junho.

Contactado pela Lusa, o autarca das Caldas da Rainha mostrou-se “agradado com o facto de haver obra”, cuja necessidade reconhece, admitindo, contudo, “preocupação pela exiguidade dos serviços” que ficarão disponíveis.

“No passado houve várias obras que se executaram no hospital e que conseguiram, mesmo assim, mitigar algumas das respostas“, ao contrário do que acontecerá a partir de junho, em que “com a realização da obra não há condições de manter a assistência”.

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Em comunicado, o Centro Hospitalar do Oeste, onde se insere o Hospital das Caldas da Rainha, informou que no decorrer da intervenção, “a atividade assistencial do Serviço de Obstetrícia (internamento, bloco de partos e urgência obstétrica) será suspensa, não recebendo novas utentes”, sendo a assistência às utentes do CHO “assegurada pelo Centro Hospitalar de Leiria”.

No Hospital da Caldas da Rainha manter-se-ão apenas em funcionamento as consultas externas de Ginecologia e de Obstetrícia.

“Preocupa-nos bastante em relação à assistência às parturientes na zona do CHO, na generalidade, e na zona das Caldas da Rainha, em particular”, disse Vítor Marques, manifestando a expectativa de que a obra “seja tão breve quanto possível e que em outubro ou novembro o bloco de partos esteja a funcionar para dar resposta a uma zona que não tem outras respostas”.

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O Conselho de Administração (CA) do (CHO) justificou esta quinta-feira o encerramento da maternidade com a realização de obras de requalificação que resultarão em “melhores condições de qualidade e segurança para as grávidas e acompanhantes, recém-nascidos e profissionais de saúde, contribuindo de forma significativa para a humanização e segurança dos cuidados prestados”.

A requalificação e a aquisição de novos equipamentos para a maternidade ascendem a 1.208.316,50 euros, dos quais 401.255,60 euros financiados no âmbito do programa de Incentivo Financeiro à Qualificação dos Blocos de Partos do Serviço Nacional de Saúde (SNS), 725.000,00 euros financiados pela Câmara das Caldas da Rainha e 82.060,90 euros suportados pelo CHO.

O CHO integra os hospitais de Caldas da Rainha, Peniche e Torres Vedras, tendo uma área de influência constituída pelas populações dos concelhos de Caldas da Rainha, Óbidos, Peniche, Bombarral, Torres Vedras, Cadaval e Lourinhã e de parte dos concelhos de Alcobaça (freguesias de Alfeizerão, Benedita e São Martinho do Porto) e de Mafra (com exceção das freguesias de Malveira, Milharado, Santo Estêvão das Galés e Venda do Pinheiro), abrangendo 298.390 habitantes.

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