As violentas cheias que atingiram o nordeste de Itália nos últimos dias geraram preocupação com livros antigos e manuscritos, alguns datados do século XVI, que foram afetados pela água. Segundo o jornal The Guardian, os documentos estão a ser congelados numa tentativa de salvamento.

Submersos na água e lama das bibliotecas das áreas mais afetadas da região de Emilia-Romagna, os artigos estão agora a ser resgatados e transferidos por voluntários para Cesena, onde serão colocados dentro de congeladores industriais, em prateleiras a temperaturas de -25ºC.

“Normalmente, utilizamos este processo para frutas e legumes maduros nas três horas seguintes à colheita, mas nunca pensei que este rápido procedimento pudesse ser útil também para o nosso património literário”, disse o presidente da empresa Orogel, Bruno Piraccini, citado no The Guardian. “Recebi este pedido surpreendente da biblioteca de Forlì e estamos a reorganizar o espaço no nosso armazém com todo o gosto”, afirmou.

O objetivo da congelação dos livros é eliminar o excesso de água, de forma a evitar danos adicionais, para serem depois secos e, se possível, restaurados. Para que o processo funcione, é importante que os livros sejam congelados o mais rapidamente possível.

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Mais de dez mil pessoas afetadas pelas cheias em Itália regressam a casa

Para além do património literário, as cheias afetaram também 75 monumentos, 12 bibliotecas e seis zonas arqueológicas. Segundo Lucia Borgonzoni, subsecretária do Ministério da Cultura italiano, o governo tem reservados 6 milhões de euros para o restauro deste património.

Cerca de 30 mil pessoas ficaram desalojadas e 14 morreram na sequência das violentas tempestades que atingiram o país. Esta quinta-feira, a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, e a Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, visitaram de helicóptero as áreas mais afetadas. “Estou aqui para enviar uma mensagem muito clara: a Europa está convosco”, disse Von der Leyen.

Oito países da União Europeia oferecem equipamentos para ajudar Itália após as inundações

Através do Mecanismo de Proteção Civil da União Europeia, a Áustria, Bulgária, Alemanha, França, Polónia, Roménia, Eslovénia e Eslováquia forneceram equipamentos à Itália para ajudar a limpar e controlar os deslizamentos de terra na região de Emilia-Romagna.