As inundações na Somália, nos primeiros cinco meses de 2023 e após anos de seca, poderão afetar 1,6 milhões de pessoas e já deixaram 400.000 sem casa, alertou esta terça-feira o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

O representante desta agência da ONU na Somália, Wafaa Saeed, revelou, numa conferência de imprensa em Genebra, que as cheias de rios que ocorreram no país já forçaram mais de 400.000 pessoas a deixar as suas casas e o número de afetados continua a aumentar.

“As famílias deslocadas pelas inundações têm acesso limitado a alimentos, água potável ou abrigo”, disse Saeed sobre a situação das pessoas afetadas na cidade de Beletweyne, no sul do país.

Nesta e noutras cidades, as fortes chuvas danificaram muitas casas e obrigaram ao encerramento de escolas e centros de saúde.

De acordo com a UNICEF, uma dúzia de aldeias continuam completamente isoladas pela água e só podem ser alcançadas de barco.

Saeed também lamentou a falta de financiamento para o plano de resposta humanitária da ONU para a Somália, especialmente em saneamento, higiene e água potável, para o qual foram arrecadados menos de 11% dos fundos necessários.

“Isso compromete o fornecimento de água potável e saneamento num momento de alto risco de surtos de doenças como cólera e malária”, alertou o representante.

A situação atual neste país do Corno de África contrasta com a que viveu em 2022, quando a longa seca, que já ocorre em anos anteriores, atirou grande parte do país para uma situação de fome.

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