O presidente do Chega estabeleceu como meta o partido alcançar 15% dos votos nas eleições europeias do próximo ano e ter “o melhor resultado de sempre”, indicando que o cabeça de lista será escolhido em setembro.

Estas serão as primeiras eleições para o Parlamento Europeu às quais o Chega vai concorrer com listas próprias, mas André Ventura foi cabeça de lista da coligação Basta! em 2019, que juntou o Chega, o Partido Popular Monárquico (PPM), o Partido Cidadania e Democracia Cristã (PPV/CDC) e o movimento Democracia 21.

Em conferência de imprensa na sede do partido, em Lisboa, o líder do Chega criticou as declarações do presidente do PSD, Luís Montenegro, que em entrevista à RTP na segunda-feira à noite considerou que perder as europeias por dois ou três pontos percentuais não será um mau resultado.

Montenegro quer respostas de Costa sobre atuação das secretas

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“Quando começamos a dizer que um resultado pequenino basta, estamos a falhar ao eleitorado e ao Presidente da República, que pediu uma maioria clara”, afirmou André Ventura.

“Não podemos dizer que podemos perder, temos de dizer que temos de ganhar por muito”, defendeu, afirmando que a direita tem de “mostrar que é capaz de galvanizar, agregar” e “tem de vencer claramente”, dando um “sinal claríssimo de que o país já não está com o PS”.

Já sobre as eleições regionais na Madeira, que se disputam este ano, o presidente do Chega apontou que o objetivo é “destronar a maioria absoluta do PSD” naquele arquipélago. “Se não conseguirmos, será um fracasso do partido”, adiantou.

Na segunda-feira, o partido anunciou, em comunicado, que Miguel Castro (líder do Chega/Madeira) será o cabeça de lista às eleições naquela região autónoma. Sobre o pós-eleições, André Ventura disse querer que ficasse gravado que, enquanto liderar o Chega, “nunca mais” o partido estará incluído em soluções de apoio parlamentar.

“Nem nos Açores, nem na Madeira nem no parlamento nacional. O Chega ou é solução de Governo, ou não é solução de todo”, garantiu.

Presidente do Chega diz que mensagem de Cavaco foi “certeira”, mas “incompleta”

Ventura afirmou que estes dois desafios eleitorais podem dar um “sinal claro de alternativa, de maioria” à direita, manifestando esperança que desta forma o Presidente da República dissolva a Assembleia da República e convoque eleições legislativas antecipadas, mas só depois da conclusão da comissão de inquérito à TAP.

O líder do Chega lembrou que Marcelo Rebelo de Sousa tem dito “que não dissolve o parlamento nem toma decisões porque não sente que haja uma alternativa” e que, ao sair vencedora das eleições regionais e europeias, a direita dará um “sinal ao Presidente da República de que há uma maioria política” para governar o país.

Ventura aproveitou para deixar outra crítica ao PSD por ter decidido endereçar um conjunto de questões ao primeiro-ministro sobre a atuação dos serviços de informações na recuperação do computador do ex-adjunto do ministro das Infraestruturas, referindo que o Chega questionou António Costa na semana passada e avançou com a proposta para a constituição de uma comissão parlamentar de inquérito, tal como a IL.

O dirigente do Chega realçou “a diferença” entre os dois partidos, acusando os sociais-democratas de escolherem “uma forma de fazer oposição que não é aceitável nem é compreensível”.

TAP. Ventura acredita que Costa e mente e pede ao primeiro-ministro que entregue comunicações com Galamba

“O que está o PSD à espera para perceber que temos de ser nós a meter a mão na massa e obrigar o Governo a responder?”, questionou, considerando que “o Governo não vai responder às questões ou vai responder de forma redonda” e “é evidente que está a preparar a articulação de respostas”, mas é preciso “saber o que aconteceu”, nomeadamente de quem foi a indicação para contactar o SIS.