A União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA, na oposição) disse esta sexta-feira que os seus militantes “são livres de individualmente participarem” na manifestação contra o aumento dos preços dos combustíveis, mas não vai aderir oficialmente nos protestos.
“O Secretariado Executivo do Comité Permanente da Comissão Política da UNITA informa que os membros, amigos e simpatizantes da UNITA, são antes de mais nada e sobretudo cidadãos angolanos, por isso, são livres de individualmente participarem da manifestação convocada pelos ativistas da sociedade civil”, lê-se num comunicado de imprensa hoje divulgado.
Em causa está a convocação de várias manifestações para sábado, em Angola, contra “a subida do preço da gasolina, o fim da venda ambulante e a proposta de Lei do Estatuto das ONG [organizações não-governamentais], a ter lugar em várias cidades do país”, convocadas por organizações da sociedade civil.
A UNITA critica as medidas tomadas pelo Governo relativamente à retirada dos subsídios aos combustíveis, considerando-as “iniciativas legislativas e medidas de política económica e social do Executivo angolano, que levam qualquer cidadão patriota a uma enorme preocupação, por refletirem um agravamento das condições de vida dos cidadãos, bem como um evidente retrocesso no exercício dos direitos e liberdades fundamentais plasmados na Constituição da República de Angola”.
Sobre as manifestações, o partido diz que são “legítimas as motivações dos promotores” e “manifesta a sua solidariedade com a causa dos ativistas”, apelando ao executivo, em especial ao Ministério do Interior e as forças de segurança, ao “estrito respeito e salvaguarda dos direitos constitucionais”.
A decisão do Presidente, João Lourenço, no início do mês, de deixar de subsidiar os combustíveis fez com que de um dia para o outro, o litro de gasolina em Angola passasse a custar 300 kwanzas (0,48 euros) contra os anteriores 160 kwanzas (0,25 euros).