O partido da oposição Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe/Partido Social Democrata (MLSTP/PSD) solicitou esta segunda-feira informações urgentes sobre a escassez de combustíveis no país e sobre o navio que aguarda há dias para fazer descarga.

São Tomé “nunca teve uma crise de combustíveis de tamanha dimensão”, nem durante a pandemia da Covid-19, assinala o partido no requerimento enviado à presidente da Assembleia Nacional, Celmira do Sacramento.

O MLSTP/PSD, maior partido da oposição e que liderou o governo entre 2018 e 2022, diz estar disponível para ajudar mas exige respostas ao executivo, chefiado por Patrice Trovoada (Ação Democrática Independente) e à Empresa Nacional de Combustíveis e Óleos (ENCO), única a operar no país, tendo em conta a crise e “informações contraditórias por parte de altos dirigentes”.

O governo, acusa no requerimento a que a Lusa teve acesso, não conseguiu esclarecer o que se passa com “o navio que trouxe combustível”, a partir do Togo, mas até agora não descarregou.

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Os deputados pedem uma reunião com os dirigentes da ENCO, que lhes seja permitida uma visita ao navio e que lhes sejam prestadas informações várias sobre a operação de compra do combustível. No pedido urgente, assinado pelo presidente do grupo, Danilo Nesses dos Santos, solicitam, entre outras, informações sobre como foi lançado o concurso, condições para a seleção, custos operacionais da presença prolongada do navio e condições apresentadas por concorrentes.

A maioria das gasolineiras de São Tomé está sem gasolina para venda há semanas, registando-se longas filas e alguma confusão nos poucos pontos com combustível disponível. O governo tinha avançado que previa o abastecimento do arquipélago há mais de uma semana, na sexta-feira dia 9 de junho.

Já na altura, a Associação dos Distribuidores e Revendedores de Combustíveis (Adrecol) dizia-se alvo de ameaças e tentativas de vandalismo por parte da população, sob a acusação de açambarcamento da gasolina.

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São Tomé e Príncipe deve mais de 270 milhões de dólares (250 milhões de euros) a Angola pelo fornecimento de combustível, o que tem levado a constantes reduções da quantidade de combustível fornecido ao arquipélago. A falta de combustível tem agudizado os cortes constantes de eletricidade e causado o aumento de preços de transportes.