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Ainda há esperança de salvar os cinco ocupantes do submersível turístico Titan que desapareceu na segunda-feira na zona dos destroços do Titanic, acredita o comandante Baptista Pereira, da Marinha. Tudo depende do que realmente aconteceu e da capacidade que os tripulantes tiverem (se ainda estiverem vivos) para saberem gerir o oxigénio disponível até sexta-feira.
Submersível turístico desaparece com cinco pessoas a bordo durante visita a destroços do Titanic
“O Titan poderá estar numa de duas situações: ou teve um acidente catastrófico àquela profundidade e estamos a falar da perda das cinco vidas; ou teve um acidente de material, que é perfeitamente possível, e está assente no fundo, sem capacidade de inverter a relação entre o peso e a impulsão”, afirmou o comandante da Esquadrilha da Subsuperfície da Marinha Portuguesa à rádio Observador.
A hipótese de a tripulação ainda estar viva baseia-se na cota de colapso, que representa a profundidade a partir da qual o submersível entra em esmagamento, estando o aparelho atualmente acima, por volta dos 3.800 metros, explica Baptista Pereira.
Há esperança de que eles ainda estejam vivos, uma vez que passaram 48 horas desde a perda de comunicações, mas é uma corrida contra o tempo para colocar no local um equipamento que permita ir àquela profundidade”, acrescentou.
O comandante indica várias possibilidades para o desaparecimento, nomeadamente a total perda de energia elétrica devido a avarias, impedindo o Titan de ganhar impulsão para voltar à superfície, mas permitindo uma posição segura para os cinco tripulantes aguardarem até ao resgate.
O que já se sabe e ainda não se sabe sobre o submersível desaparecido no Atlântico
A localização não será um problema para o resgate, uma vez que o submersível deverá estar perto dos destroços do Titanic, isto se estiver assente no fundo — mas “o problema depois é como é que se traz aquele veículo para cima, porque tem de ser içado”, visto não ser possível abrir qualquer tipo de escotilha, sublinhou Baptista Pereira.
Com 23 anos de experiência em submarinos, o comandante afirma que se trata de uma operação extremamente complexa e que “acidentes a estas profundidades costumam ser fatais, fruto da incapacidade humana”.
O submersível conta com uma reserva de oxigénio até 96 horas, que é “indicado como o tempo de sobrevivência em termos de ar respirável”, sublinha Baptista Pereira. Para aumentar as hipóteses de sobrevivência, a tripulação deve “descansar, repousar e não se mexer”, embora a probabilidade de isso acontecer seja reduzida visto tratar-se de “pessoas que não têm um treino intenso, físico, emocional e psicológico para enfrentar situações destas”, disse.
As cinco pessoas a bordo do Titan são Hamish Harding, britânico milionário co-fundador e presidente da Action Aviation, Shahzada Dawood, um dos homens mais ricos do Paquistão e o filho Suleiman, Paul-Henry Nargeolet, comandante da Marinha Francesa e um dos maiores especialistas internacionais no Titanic e Stockton Rush, fundador e CEO da Ocean Gate.
O submersível desapareceu nos radares enquanto fazia uma visita aos destroços do navio Titanic, a 3.800 metros de profundidade. A responsável pela viagem é a empresa norte-americana, sediada em Washington, OceanGate Expeditions.