As autoridades dos Estados Unidos e do Canadá estão a colaborar numa missão de busca de larga escala para tentar localizar o submersível da OceanGate Expeditions, que desapareceu esta segunda-feira.

A expedição turística, que custa 250 mil dólares por pessoa e dura oito dias, tinha como objetivo visitar os destroços do Titanic, a cerca de 600 quilómetros da costa de Newfoundland, no Canadá. O submersível teria de alcançar uma profundidade de 3.800 metros para alcançar os destroços do conhecido navio, que naufragou em 1912.

Que embarcação é esta e qual é a empresa responsável?

A viagem para ver os destroços do Titanic é feita a bordo do submersível Titan, uma criação da empresa OceanGate Expeditions. É uma embarcação que pode alcançar até 4 mil metros de profundidade, mas que não funciona de forma autónoma, como acontece com um submarino.

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A “Titan” é um submersível da classe Cyclops, que é descrito como “mais leve em peso e mais eficiente a nível de custos”. Na frente da embarcação, existe uma espécie de janela, para que os clientes possam ver os destroços Titanic.

A embarcação é feita em fibra de carbono e titânio, pesa 10.432 quilos e tem 6,7 metros de comprimento por 2,8 metros de altura. Pode levar até 685 quilos a bordo e tem um suporte de vida de 96 horas para a tripulação de cinco pessoas (um piloto, três clientes e um especialista em conteúdo). Os primeiros testes de mergulho da “Titan” foram feitos em 2018.

Oito dias de expedição por 250 mil dólares. Como é a embarcação que desapareceu no Atlântico

Também tem um sistema que foi desenvolvido pela própria empresa, chamado RTM – monitorização de saúde em tempo real. “A Titan é o único submersível tripulado” que usa “um sistema de sensores localizados acústicos”. “O sistema RTM torna possível analisar os efeitos da mudança de pressão na embarcação à medida que mergulha de forma mais profunda, o que ajuda a avaliar a integridade da estrutura.” Em teoria, é através deste sistema que “são dados aviso ao piloto para que, com tempo suficiente, possa abortar a descida e regressar com segurança à superfície”.

A OceanGate Expeditions é uma empresa norte-americana, sediada em Washington, que foi fundada por Stockton Rush, em 2009. Segundo o site da empresa, estavam previstas 18 expedições aos destroços do Titanic, a partir do verão deste ano.

Desde que foi noticiado o desaparecimento do submersível que o site da empresa está indisponível, mas uma pesquisa online também faz menção a expedições nos Açores.

Submersível turístico desaparece com cinco pessoas a bordo durante visita a destroços do Titanic

Quantas pessoas estão desaparecidas?

As autoridades norte-americanas confirmaram que estavam cinco pessoas a bordo do submersível, mas optaram por não confirmar a identidade dos passageiros. Foi através das redes sociais que foi identificado o primeiro desaparecido: Hamish Harding, um multimilionário de 58 anos.

No fim-de-semana, Hamish Harding, que está ligado ao setor da aviação e tornou-se um explorador espacial em 2022, anunciou nas redes sociais que estava “orgulhoso” de integrar a missão para chegar aos destroços do Titanic. Também mencionava que “devido ao pior inverno em Newfoundland em 40 anos, esta missão deverá ser a primeira e única missão tripulada ao Titanic em 2023”.

A Sky News avançou ainda que seguiam a bordo o piloto francês Paul-Henry Nargeolet e o CEO da OceanGate Expeditions, Stockton Rush.

O que disse a empresa?

Durante a tarde desta segunda-feira, a OceanGate Expeditions disse que estava a “explorar e a mobilizar todas as opções para resgatar a equipa em segurança”. “O nosso foco total está nos membros da tripulação do submersível e nas suas famílias.”

O que poderá ter acontecido?

Até ao momento, não há causas claras do desaparecimento do submersível.

Quando é que foi o último contacto do submersível?

Em conferência de imprensa, já na noite desta segunda, a Guarda Costeira dos Estados Unidos disse que o último contacto da embarcação foi feito cerca de uma hora e 45 minutos após o submersível começar a mergulhar.