A organização não-governamental Human Rights Watch (HRW) reclamou esta quinta-feira que o Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) condene as atrocidades cometidas na região sudanesa do Darfur, identifique publicamente os responsáveis e imponha sanções contra essas pessoas.
Além das ações reclamadas ao Conselho de Segurança da ONU, a HRW sublinha que “a União Africana e a União Europeia deveriam depois seguir o exemplo”.
Perante a espiral de violência e violação de direitos humanos no Darfur, a organização diz, em comunicado, que “é evidente que a situação exige uma atenção internacional ao mais alto nível para tentar impedir que as coisas saiam ainda mais do controlo”.
O Conselho de Segurança tem de pedir aos beligerantes o fim de ataques contra civis, que permitam que fujam para um local seguro e garantam um acesso humanitário à região, deve “condenar abertamente atrocidades específicas e identificar publicamente os responsáveis” e “impor sanções específicas contra essas pessoas”, apelou a HRW.
O conflito no Sudão está a trazer nova violência ao Darfur, e desde abril, as Forças de Apoio Rápido (RSF), uma força paramilitar que luta contra o Exercito sudanês pelo controlo do poder no país, e milícias árabes aliadas “têm atacado comunidades não árabes na região”, denunciou.
Cerca de 1.100 pessoas morreram só na capital do Darfur Ocidental, El Geneina, de acordo com o sindicato dos médicos do Sudão, “incluindo defensores dos direitos humanos e outros líderes locais”, disse a organização.
Cerca de dois milhões de pessoas foram deslocadas em todo o Sudão desde que a guerra começou, em abril, mais de 280.000 no Darfur Ocidental, e as operações humanitárias em El Geneina estão paralisadas, porque “a ajuda continua a ser saqueada e destruída na região”.
“Desta vez, o mundo precisa de responder de forma mais rápida e eficaz”, alertou a organização.