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O Grupo Wagner está à recrutar no mundo virtual. A organização mercenária partilhou recentemente anúncios de recrutamento nas redes sociais russas onde diz estar à procura de jogadores de videojogos que estejam interessados em pilotar os drones da companhia paramilitar.

Os anúncios surgiram na plataforma VKontakte, a maior rede social da Rússia. Segundo o jornal britânico The Times, que cita uma investigação do Kyiv Post, a empresa de Yevgeny Prigozhin diz estar à procura de candidatos experientes em videojogos, com idades compreendidas entre os 21 e os 35 anos.

Segundo a publicação russa Verstka, o anúncio estipula ainda algumas outras condições para a candidatura. Os interessados deverão ter experiência nos videojogos, em particular “em simuladores de voo ou com joysticks“. Particularmente privilegiados serão os candidatos que estejam habituados a “estar sentados horas a fio a jogar”; por outro lado, o anúncio pede pessoas em boa forma física.

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O que não é necessário, de acordo com os mercenários, é experiência de combate ativa. O grupo Wagner garante aos eventuais pilotos educação e treino militar com instrutores experientes, bem como um salário equivalente a cerca de 2.700 euros (quatro vezes superior ao salário médio na Rússia), acomodações, seguro de vida e de saúde.

O anúncio tem gerado algum interesse dentro da Rússia. Nas redes sociais surgem várias pessoas com questões sobre as condições da função, bem como outros mais ou menos irónicos. “Tenho 20 anos de experiência no Call of Duty, contratam-me?”, pode ler-se num comentário de um internauta. Um outro, que disse ter mais de 7 mil horas de experiência em simuladores de voo, lamentou o facto de ter 42 anos, estando por isso fora da idade limite. Em resposta, a página da Wagner terá dito que o homem se podia candidatar para piloto de quadricóptero como parte de uma unidade de combate.

No entanto, uma vez contactada, a organização faz questão de sublinhar a realidade da situação. “Tens a noção de que isto não é um jogo? Irias entrar na guerra”, disse um recrutador ao telefone a um candidato citado pelo Kyiv Post. Parte do processo de recrutamento passa ainda por averiguar se os interessados têm registo criminal ou experiência militar relevante.

De acordo com a Wagner, os futuros pilotos seriam enviados para a Ucrânia ou para África, onde a organização paramilitar mantém presença ativa há anos em vários conflitos onde a Rússia está envolvida. Além de gamers, a empresa militar partilhou ainda anúncios à procura de pessoas fluentes em francês para servirem de intérpretes em África, bem como soldadores, médicos e condutores.

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