As vendas de veículos elétricos somam recordes atrás de recordes. Só em maio deste ano, a ACAP registou a venda de 7.077 entre veículos elétricos ou eletrificados, de todas as categorias e tipologias, tendo este sido o segundo mês em que se ultrapassou a fasquia dos 7 mil veículos eletrificados vendidos no nosso país, 3.654 dos quais 100% elétricos.
A transição que se vai fazendo é bom sinal, já que, através da Lei Europeia do Clima, a União Europeia (UE) comprometeu-se a atingir a neutralidade das emissões de carbono até 2050, como forma de contribuir para minimizar o impacto das alterações climáticas.
Mas será que mudar para um veículo elétrico ajuda mesmo a atingir esse objetivo comum de sustentabilidade ambiental? E que outras alterações se verificam quando se dá a substituição de um veículo com motor a combustão por um veículo elétrico?
Impacto ambiental acima de tudo
Sem dúvida que o maior benefício trazido pelos veículos elétricos é a nível ambiental. A melhoria da qualidade do ar nas cidades é notória, pois, sem tubo de escape, os veículos 100% elétricos simplesmente não emitem dióxido de carbono durante a sua utilização. Da mesma maneira, a poluição sonora reduz-se substancialmente, uma vez que os motores elétricos são muito mais silenciosos que os motores convencionais, o que dá origem a cidades com menos ruído e mais qualidade de vida. As evidências dos benefícios ambientais parecem ser tão claras que, em fevereiro deste ano, o Parlamento Europeu aprovou a proibição da venda de carros a gasolina e gasóleo a partir de 2035.
Com efeito, em 2018, o International Council on Clean Transportation (ICCT) publicou um relatório onde deixava bem evidente que os veículos elétricos são, ao longo de toda a sua existência, muito mais sustentáveis que os carros com motor a combustão. Nesse documento, ficou demonstrado que os elétricos emitem, em média, apenas metade dos gases com efeito de estufa que um veículo convencional de tipologia correspondente. Além disso, um veículo elétrico (que se alimente de eletricidade como a disponibilizada nos países europeus) é cerca de 30% mais limpo ao longo do seu ciclo de vida, mesmo quando comparado com o veículo a combustão mais sustentável do mercado.
Quanto à questão das baterias utilizadas nos veículos elétricos – um dos temas mais polémicos quando se debate a sustentabilidade destes veículos – o ICCT concluiu também que, ao fim de dois anos de utilização de um elétrico, esse problema desaparece, porque ficam compensadas as emissões iniciais e o balanço torna-se positivo. E se o carregamento do veículo for feito com energia renovável esse prazo diminui para um ano e meio.
Por outro lado, sabe-se também que cerca de metade das emissões relacionadas com as baterias dos elétricos resulta da eletricidade usada no processo de fabrico. Porém, o que o ICCT percebeu é que as emissões são semelhantes às registadas durante o fabrico de um veículo com motor de combustão, e aproximadamente um quarto do total de emissões de um elétrico ao longo de toda a sua vida útil.
Elétrico versus combustão: mais limpo, sim, mas quanto?
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Comparando veículos de gama média matriculados em 2022, a calculadora disponibilizada no site da Transport & Environment revela que a opção pelo elétrico é sempre a mais amiga do ambiente. Assim, nesta comparação, um veículo elétrico cuja bateria seja fabricada na UE e que seja conduzido por estradas da UE27, emite cerca de 75g de CO2 por quilómetro, enquanto veículos correspondentes movidos a gasolina e gasóleo emitem, respetivamente, 241 e 231g de CO2 por quilómetro percorrido.
Mais amigos da carteira
Além de serem menos poluentes e de, acrescente-se, apresentarem uma excelente performance, os veículos elétricos têm ainda a vantagem de permitir poupar bastante com a sua utilização. Um estudo levado a cabo pela LeasePlan, em Portugal, e divulgado em dezembro de 2022, mostrou que é mais barato conduzir um veículo elétrico do que um veículo a combustão, sendo que no caso das empresas, as poupanças mensais podem chegar aos 38% em comparação com modelos semelhantes movidos a gasolina ou gasóleo.
Outra vertente que importa considerar prende-se com o valor dos carregamentos que, otimizados, acabam por ser mais baixos que os custos de abastecimento de um veículo convencional, sobretudo numa altura em que os preços dos combustíveis estão em alta, como se sabe. Assim, e ainda de acordo com o mesmo estudo, os custos de carregamento representam, no nosso país, 15% do custo total de propriedade de um veículo elétrico, enquanto para os condutores de veículos convencionais, o montante é de 23% no caso da gasolina, e 28% para o gasóleo. Na pesquisa realizada, que incluiu mais 21 países europeus, ficamos ainda a saber que, em Portugal, os custos totais de propriedade dos veículos elétricos são mais baixos, em todos os segmentos analisados, quando comparados com os de veículos a combustão.
De destacar também que os custos de manutenção associados aos elétricos, apesar da necessidade de uma mão de obra especializada tendem a ser inferiores, desde logo porque não há mudanças de óleo, o sistema de travagem é menos usado e os motores são mais simples, incluindo menos componentes que os dos veículos convencionais.
Poupar (ainda mais) com os elétricos
As poupanças possíveis com os elétricos poderão resultar ainda de outros fatores:
- Benefícios fiscais
- Incentivos do Governo para aquisição
- Possibilidade de carregamento em casa ou no trabalho
- Poupar 15% nos carregamentos na via pública com App ACP Electric
- Estacionamento gratuito/com desconto nalguns municípios
- Menor desvalorização comercial (por cumprirem requisitos ambientais)
Otimização da circulação nas estradas
Quanto mais veículos elétricos circularem nas estradas tanto maior será a otimização das deslocações realizadas por todos, o que acaba por nos levar ao primeiro ponto, ou seja, ao contributo da eletrificação para um planeta mais sustentável. Isto porque embora a autonomia dos veículos seja cada vez maior – e existirem postos de carregamentos em maior número -, a verdade é que grande parte das viagens com veículos elétricos requer planeamento, nomeadamente com recurso a aplicações desenhadas especificamente para o efeito, como a app ACP Electric, que ajuda todos os condutores de carros elétricos a identificar a disponibilidade dos postos de carregamento. Para além disso, permite comparar custos de carregamento e personalizar toda a experiência ao carro de cada condutor. Sem contratos prévios, custos de adesão ou fidelização, é a melhor amiga da mobilidade verde, quer em Portugal quer noutros países europeus. A app está disponível quer seja ou não sócio do Automóvel Club de Portugal, mas, no caso de ser sócio, conta ainda com uma importante vantagem adicional: desconto de 15% na tarifa de energia (com o apoio da BP e EVIO).
E, como se sabe, quanto mais planeamento houver, mais ponderadas serão as rotas percorridas, mais racionalizada será a energia despendida e mais benefícios resultarão para o ambiente.