O líder do Chega acusou esta terça-feira o Governo de ter cometido “um dos maiores erros financeiros” ao ter terminado com a série E dos certificados de aforro, e defendeu que o ministro das Finanças deve explicações.
“Ao contrário do que nos diz o ministro das Finanças, a procura por certificados de aforro diminuiu na ordem dos 70%”, afirmou André Ventura, em conferência de imprensa na sede do partido, em Lisboa.
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O líder do Chega considerou que esta “descida gritante nos níveis de poupança” terá consequências para a economia e para “o bolso dos portugueses”, e defendeu que é preciso que o ministro Fernando Medina “dê explicações sobre isto”.
“Sobretudo era importante que o Governo reconhecesse que errou quando quis melindrar, acabar, destruir ou diminuir, provavelmente por cedência a alguns interesses da banca, os certificados de aforro”, acrescentou.
“Se nada mudar até ao início de setembro, o Chega exigirá, na comissão de Orçamento e Finanças, explicações por parte do Governo e dos seus responsáveis, bem como medidas que estejam a pensar ser tomadas e delineadas para promover a poupança”, anunciou.
André Ventura admitiu também “chamar ao parlamento os reguladores bancários”, defendendo que “era muito importante que o sistema bancário oferecesse alternativas à população em termos de poupança”.
“Este foi um dos maiores erros financeiros cometidos pelo Governo nos últimos anos. A descontinuidade da série E dos certificados de aforro foi um golpe nas carteiras das famílias, sobretudo de muitas das famílias da classe média e mais pobres, e foi um frete incompreensível ao sistema bancário”, criticou o presidente do Chega.
“O que temos é o Governo a dizer que vai procurar diminuir geral do Estado, a dívida pública, mas não se preocupa que os níveis de poupança das famílias diminuam drasticamente”, criticou, defendendo que “não há uma economia forte e resiliente sem um nível forte e significativo de poupança”.
André Ventura considerou que a diminuição da procura dos certificados de aforro demonstra “o fracasso do Governo no âmbito da política de estímulo à poupança” e que “Fernando Medina devia reconhecer que errou quando atacou desta forma os certificados de aforro”.
No início de junho, o Governo lançou uma nova série de certificados de aforro (F), suspendendo a comercialização da anterior (E), que tinha uma taxa de juro mais elevada.