Uma década depois de ter abandonado o culto conhecido por ser a religião de algumas estrelas de Hollywood, a atriz norte-americana Leah Remini está a processar a Igreja da Cientologia, na qual entrou quando tinha apenas nove anos. A estrela da sitcom “The King of Queens” acusa a instituição e o líder, David Miscavige, de “tortura psicológica”.

“Durante 17 anos, a Cientologia e David Miscavige sujeitaram-me ao que considero ser tortura psicológica, difamação, vigilância, assédio e intimidação, afetando significativamente a minha vida e carreira. Acredito que não sou a primeira pessoa visada pela Cientologia e pelas suas estruturas, mas tenciono ser a última”, afirmou Remini num comunicado citado pelo jornal The Guardian.

Agora com 53 anos, Leah Remini alega que a sua vida e carreira foram “significativamente” afetadas pelas “operações e ataques ao estilo da máfia” da Igreja da Cientologia.

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Desta forma, o processo que entrou esta quarta-feira no Tribunal Superior da Califórnia prevê “exigir que a Cientologia, e qualquer entidade que controle e financie, cesse e desista da sua alegada prática de assédio, difamação e outras condutas ilegais contra qualquer pessoa que a Cientologia tenha rotulado como ‘inimigo'”, afirmou

Leah Remini alega ainda que, após ter abandonado o culto, a instituição organizou vários “ataques coordenados e maliciosos” contra a atriz, difamando-a e acusando-a de ser abusiva para com a sua família e ter atitudes racistas.

Com o processo, a atriz pretende obter uma indemnização compensatória e punitiva pelos alegados danos infligidos pela Igreja da a e por David Miscavige, líder desde 1986, à sua “vida e meios de subsistência”.

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“Com esta ação judicial, espero proteger os meus direitos, conferidos pela Constituição dos Estados Unidos, de dizer a verdade e relatar os factos sobre a Cientologia”, acrescentou Remini na sua declaração. “Sinto fortemente que a bandeira da liberdade religiosa não dá a ninguém o direito para intimidar, assediar e abusar daqueles que exercem os seus direitos da primeira emenda”, afirmou.

Dois anos depois de ter abandonado o culto, em 2015 Remini foi co-autora e produtora executiva de uma série documental sobre a igreja, que conta com três temporadas. Com o nome “Leah Remini: Scientology and the Aftermath”, o projeto ganhou dois prémios Emmy.