O Nissan Ariya enfrenta uma limitação grave que lhe está a comprometer a carreira comercial e que, curiosamente, nada tem a ver com as características do veículo, a sua tecnologia ou até mesmo o conforto, comportamento ou espaço interior. É a própria Nissan que prejudica o SUV eléctrico, ao fabricá-lo exclusivamente no Japão e, sobretudo, ao limitar a sua capacidade de produção a apenas 100.000 unidades/ano, valor aquém do potencial do modelo.
Apesar do número de unidades disponíveis para venda ser reduzido, a Nissan sentiu necessidade de tornar o preço do Ariya mais competitivo em alguns mercados, como no Reino Unido, onde cortou parte do valor exigido em algumas versões do modelo. Assim, segundo a Autocar, todos os SUV eléctricos com baterias de 63 kWh de capacidade passaram a ficar 3000 libras mais baratos, aproximadamente 3476€. As versões equipadas com a bateria maior (87 kWh) passam a usufruir de um desconto de 4700 libras, cerca de 5446€.
Esta política de descontos nos modelos eléctricos já não é uma novidade para a Nissan que, para conseguir enfrentar na China os rivais locais, especialmente a Xpeng e a BYD, viu-se obrigada a cortar mais de 8000€ ao preço do Ariya neste mercado asiático. A decisão de reduzir os preços na China e, mais recentemente, no Reino Unido, poderá levar o construtor a concluir que o problema está no preço e não no produto, mesmo quando pretende escoar apenas 100.000 unidades para todos os mercados.
Esta estratégia de redução de preços por parte do fabricante nipónico ainda não foi aplicada na Europa, nomeadamente no mercado português. Por cá, o Nissan Ariya mais acessível – com o nível de equipamento Engage, apenas um motor e bateria de 63 kWh – é proposto por 48.200€, para a versão Advance exigir 53.040€ e a Evolve, a mais completa, 57.540€. Isto coloca o SUV da Nissan acima dos preços praticados pelo Tesla Model Y em Portugal, onde é o eléctrico mais vendido, além de posicionar o “nosso” Ariya acima dos valores exigidos no Reino Unido.