Cinco migrantes morreram, incluindo um menor, outros sete estão desaparecidos e 23 foram resgatados, na sequência de um naufrágio na Tunísia de uma embarcação que tentava chegar à costa italiana, foi esta segunda-feira divulgado.
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O incidente ocorreu em Sfax, o ponto de partida de muitos migrantes que decidem enfrentar a perigosa travessia do Mediterrâneo central rumo à Itália.
O barco de madeira, com 35 pessoas a bordo, a maioria tunisinos e alguns da África subsaariana, virou pouco depois de deixar Sfax, adiantou à agência Efe o porta-voz do tribunal daquela cidade.
A organização não-governamental (ONG) Mediterranea Saving Humans adiantou esta segunda-feira que cerca de 100.000 migrantes chegaram a Itália este ano, mais do dobro em relação aos 45.000 registados no mesmo período do ano passado.
Dos cerca de 100.000 migrantes que chegaram este ano a Itália, 37.700 saíram da Tunísia, enquanto a guarda costeira tunisina intercetou mais de 23.000 pessoas que tentavam atravessar o Mediterrâneo central, de acordo com o último relatório da Agência de Refugiados da ONU (ACNUR).
Quase 20.000 homens, mulheres e crianças morreram a tentar chegar a Itália este ano.
Segundo dados da Organização Internacional para as Migrações (OIM), o Mediterrâneo Central – entre o norte da África e a Itália – é atualmente a rota migratória mais perigosa do mundo. Desde 2014, a OIM contabilizou mais de 20.000 mortes.
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No início de julho, pelo menos 1.200 subsaarianos – incluindo residentes legais e requerentes de asilo – foram detidos pelas forças de segurança da Tunísia em operações em massa para serem deportados para as fronteiras terrestres com a Líbia e a Argélia, numa área sem acesso a comida, água ou atendimento.
Após mais de uma semana, 600 pessoas que se encontravam em território líbio foram realocadas pelo Crescente Vermelho em centros de acolhimento, enquanto centenas destas permaneceram bloqueadas durante mais de um mês e, segundo as autoridades líbias, foram retiradas após um acordo com a Tunísia para distribuir os grupos e reforçar as fronteiras.
O governo da Tunísia acusou organizações internacionais, especialmente as Nações Unidas, de declarações “imprecisas e até enganosas” sobre estas expulsões e defendeu que o Estado não é responsável pelo que acontece fora de seu território.