“As últimas vencedoras, Estados Unidos da América (EUA), tiveram de lutar pelos salários iguais, enquanto ganhavam o Campeonato do Mundo. Desta vez, a equipa espanhola teve de lutar contra o assédio, abuso e agressão“. Natalie Portman quebrou o silêncio e não poupou críticas à forma como a vitória da seleção feminina espanhola foi ofuscada pelo beijo de Luis Rubiales, presidente da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF), e pelos acontecimentos que se seguiram.

A atriz, que venceu um Óscar, em 2011, com o filme “Black Swan”, e co-fundadora do clube de futebol feminino Angel City, sediado na Califórnia, expressou a sua tristeza perante as dificuldades que as jogadoras ainda têm de enfrentar no dia-a-dia, que vão muito além da modalidade.

Gostava que as jogadoras se focassem apenas no desporto. Mas, infelizmente, têm de ser políticas por inerência, como vimos nos últimos dois Campeonatos do Mundo”, lamentou, na 30.ª assembleia geral da Associação de Clubes Europeus (ECA), que decorreu em Berlim, entre terça-feira e esta quinta-feira.

Natalie Portman, que é também uma ativista pelos direitos das mulheres, aproveitou para fazer rasgados elogios às jogadoras da seleção feminina, após Jenni Hermoso ter apresentado uma queixa formal contra Rubiales: “A resiliência destas mulheres, que jogam ao mais alto nível sob condições tão injustas, e a sua capacidade de lutar dentro e fora de campo é inspiradora”, declarou, citado pelo The Guardian.

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A peça que faltava: Jenni Hermoso formaliza queixa pelo beijo não consentido de Rubiales no Mundial

“Rezo pelo dia em que possam ser apenas atletas e que tudo o resto seja divertido. Por agora, inspiro-me muito nas jogadoras”, rematou.

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