A Toyota é um monstro que disputa a liderança nas vendas do mercado mundial desde há décadas, chamando a si a primeira posição na maioria das vezes. Além do volume de vendas invejável, é difícil recordarmos um período em que tenha perdido dinheiro, sendo ainda conhecida por ser uma referência em tecnologia e inovação – excepção feita para os veículos eléctricos –, o que explica o facto de a indústria automóvel ter ficado estupefacta quando a Toyota revelou ter sofrido “um glitch informático no computador” que controla a chegada à linha de produção das peças necessárias ao fabrico dos próximos veículos. E com razão.

Toyota “perdeu” 327 milhões num dia

De acordo com o que foi anunciado pela Toyota, grupo que inclui ainda a Lexus, Daihatsu e Hino, o seu sistema muito apurado de “just in time” leva a que as peças cheguem à linha de produção instantes antes de serem necessárias para montar nos carros a fabricar. O que é óptimo quando tudo corre bem, pois evita acumular peças em stock e ter milhões parados à espera do carro onde vão ser instaladas, mas é um problema quando algo corre mal, uma vez que a margem de manobra (ou de segurança) é mínima.

Originalmente, o incidente que ocorreu a 28 de Agosto, foi atribuído a um glitch do computador que gere a encomenda das peças, bem como a sua chegada à linha de montagem. Isto levou a Toyota a ficar sem peças para construir os seus veículos nas 14 fábricas que possui no Japão, o que, ao ritmo de produção actual, impediu a marca de facturar o equivalente a 327 milhões de euros.

Sabe-se agora que, afinal, o glitch do computador do just in time nunca aconteceu e que o problema se ficou a dever à falta de espaço em disco para realizar e guardar as operações necessárias. Essencialmente, aconteceu à gigantesca Toyota o que certamente já ocorreu a muitos infoexcluídos que começam a armazenar fotos e vídeos das férias, até que o computador deixa de conseguir executar determinadas operações por falta de memória. Um erro normal e que até se pode considerar ridículo num indivíduo sem experiência informática, mas estranho numa grande empresa que possui, certamente, uma direcção de Tecnologias de Informação recheada de quadros competentes.

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