Os Republicanos no Congresso dos EUA iniciaram esta quinta-feira a primeira audiência formal de destituição do Presidente Joe Biden, explicando que pretendem prestar contas ao apresentarem os seus argumentos aos eleitores.
Os congressistas estão empenhados em tentar provar o que dizem ser ligações de Joe Biden com os negócios no estrangeiro do seu filho Hunter, embora testemunhas importantes tenham dito que ainda não viram provas concretas de crimes passíveis de destituição.
O membro Republicano da Câmara de Representantes James Comer, presidente da Comissão de Supervisão, disse no seu discurso de abertura que os congressistas têm “uma montanha de provas” que irão demonstrar que o filho mais velho de Biden “abusou do cargo público [do atual Presidente] para obter ganhos financeiros para a sua família“.
A audiência ocorre dias antes de uma potencial paralisação do governo e enquanto os Republicanos da Câmara de Representantes enfrentam uma profunda resistência no Senado por parte dos Republicanos que se preocupam com as ramificações políticas do processo de impeachment, alegando que a condenação e destituição de Biden do cargo são quase impossíveis.
Quando a audiência começou, os Democratas exibiram um painel mostrando os dias, horas e minutos restantes até à paralisação do governo, enquanto o Congresso procura uma solução de compromisso entre os dois partidos para financiar o funcionamento dos serviços públicos antes do prazo final de sábado.
Biden anuncia membros para Conselho com foco na diáspora africana nos EUA
“Estamos a 62 horas de paralisar o governo dos Estados Unidos da América e os Republicanos estão a lançar uma campanha de destituição, com base numa mentira há muito desmascarada e desacreditada”, disse o congressista Democrata Jamie Raskin, que questionou a legitimidade da audiência desta quinta-feira, já que a Câmara ainda não votou o início formal do processo de ‘impeachment’.
A audiência desta quinta-feira não apresenta testemunhas com informações sobre o trabalho empresarial da família Biden ou de Hunter Biden, mas o painel ouviu testemunhos de especialistas externos em direito fiscal, investigações criminais e teoria jurídica constitucional.
Os Democratas — que criticam a investigação como uma manobra política destinada a prejudicar Biden e ajudar Trump na sua nova candidatura à presidência — trouxeram Michael Gerhardt, um professor de direito que também apareceu como especialista em processos de impeachment anteriores e que defendeu que não há uma base legal para este inquérito.
Na preparação para a audiência, os Republicanos revelaram uma série de novos documentos e registos bancários que detalham as transferências eletrónicas de um empresário chinês para Hunter Biden em 2019. Hunter Biden colocou o endereço do seu pai no formulário de transferência eletrónica, que os Republicanos dizem ter fornecido uma ligação clara com o Presidente.
Abbe Lowell, advogado de Hunter Biden, disse que o endereço na transferência eletrónica, que ele diz ser um empréstimo, foi endereçado para a casa do Presidente em Delaware apenas porque era o endereço na carta de condução de Hunter Biden. Os Republicanos no Congresso também estão a investigar os impostos e o uso de armas de Hunter Biden, desde 2018.
Dois denunciantes dos serviços fiscais dos EUA apresentaram-se ao Congresso em abril com alegações de que funcionários do Departamento do Tesouro frustraram os seus esforços para investigar completamente Hunter Biden e que os agentes do Departamento de Justiça que estavam a procurar mais dados enfrentaram ameaças de retaliação.