Anastácio Alves, o padre madeirense que desapareceu em 2018 e que foi formalmente acusado no ano passado por cinco crimes de abuso sexual de menores, começou a ser julgado esta quinta-feira. No tribunal do Funchal, numa sessão que aconteceu à porta fechada, foram ouvidas a mãe e a avó da vítima, que na altura da prática dos crimes teria 13 anos, avança o JM Madeira.
Neste primeiro dia de julgamento, o padre Anastácio quis falar para assumir “os factos que vivenciou”, referiu o seu advogado, Miguel Santos Pereira, à saída do tribunal. Aos jornalistas, Anastácio Alves não quis prestar declarações. A próxima sessão ficou marcada para a próxima segunda-feira, dia 16 de outubro.
Padre Anastácio confessa abuso sexual de menores, tenta entregar-se à PGR, mas não consegue
O Ministério Público acusou Anastácio Alves de cinco crimes de abuso sexual de menor e de ato sexual com adolescente. No despacho, a procuradora Francisca Fernandes referiu que, “dada a gravidade do crime imputado ao arguido José Anastácio de Gouveia Alves e ao modo da sua execução, existe o fundado receio de que ele possa vir a cometer crime de igual natureza contra menor, no âmbito de profissão, emprego, função ou atividade que envolva contacto regular com menores”. E sugeriu ainda que, caso seja condenado, deve ser também impedido de poder ser tutor, curador, padrinho civil, acolher ou ter a guarda de qualquer menor.
No âmbito do processo, uma vez que não era conhecido o paradeiro de Anastácio Alves, foi feito um pedido de cooperação internacional. O padre Anastácio entregou-se este ano na Procuradoria-Geral da República (PGR), foi posteriormente constituído como arguido e mantêm-se a aguardar a conclusão do julgamento em liberdade.
Quando se entregou na PGR, o padre Anastácio Alves confessou os crimes de abuso sexual de menores. “Estou cá, pode parecer banal mas é sincero, primeiro que tudo para colaborar com a Justiça, para assumir as minhas responsabilidades, e também para ajudar a auxiliar as vítimas”, disse.