A Media Capital desistiu da compra da Cofina. Em comunicado enviado esta sexta-feira à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a dona do Correio da Manhã informa que a proposta da dona da TVI “deixou de ter validade”.

A Media Capital justifica a retirada com o facto de ter sido relegada para segunda opção no processo de venda pela administração da Cofina. A prioridade foi dada ao grupo de quadros da empresa e investidores que inclui Cristiano Ronaldo.

“Na sequência do convite dirigido à Media Capital para estar disponível para assinatura do contrato de compra e venda das Ações da Cofina Media”, caso não seja aprovada a oferta da outra proposta, a Media Capital enviou uma carta à Cofina na qual comunica que tendo em conta que a dona da CMTV selecionou e aceitou a proposta do grupo de investidores, “tendo já sido, inclusivamente, celebrado o contrato de compra e venda de ações incluído” na oferta final “e cuja conclusão da transação está igualmente condicionada à aprovação em Assembleia Geral, considera que” a oferta “da Media Capital deixou de ter validade”, lê-se no comunicado.

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A assembleia geral de acionistas na qual será deliberada a venda da totalidade das ações da Cofina Media está agendada para o próximo dia 26. Foi comunicado na semana passada que a administração da empresa escolheu a Expressão Livre (dos quadros e investidores) em primeiro lugar, e só caso esta proposta não recebesse luz verde dos acionistas é que seria votada a da Media Capital.

Mas a Media Capital não quis avançar com o processo. Considera “não ter cabimento a apreciação e votação pela Assembleia Geral” da Cofina a sua oferta e que “não deve ser disponibilizada para consulta pelos Senhores Acionistas” da Cofina, “devendo continuar a ser tratada de forma reservada” pela dona do Correio da Manhã. “Na sequência de tal comunicação, a Cofina SGPS esclarece que implementou as medidas necessárias para ir ao encontro da posição da Media Capital”, refere a empresa de media.

As propostas finais dos dois concorrentes foram conhecidas em setembro e houve alterações em ambas face às propostas iniciais. A derradeira oferta da Media Capital previa duas hipóteses: ou o pagamento de 54,4 milhões de euros pela Cofina, sem dívida, ou seja, “apurado com base no Equity Value da Sociedade determinado por referência às contas da Cofina Media, S.A. a 30 de junho de 2023, deduzido da dívida financeira (i.e., dívida bancária e outros empréstimos) e líquido de caixa e equivalentes de caixa”. Ou então a cobertura de outra oferta apresentada até à data limite, até um máximo de 56 milhões de euros, sem dívida.

Media Capital aumenta oferta pela Cofina e oferece até 56 milhões de euros. Grupo de investidores que inclui Ronaldo também sobe parada

A sociedade que junta quadros e investidores num Management Buy Out (MBO) também reforçou a sua oferta final, avaliando a Cofina, sem dívida, em 56.793.428,97 (cinquenta e seis milhões e setecentos e noventa e três mil e quatrocentos e vinte e oito euros e noventa e sete cêntimos). Ou seja, acima da proposta da Media Capital.

Além de Cristiano Ronaldo, a sociedade Expressão Livre é composta por Luis Santana, Ana Dias, Octávio Ribeiro, Isabel Rodrigues, Carlos Rodrigues, Luís Ferreira, Carlos Cruz, Domingos Vieira de Matos, Paulo Fernandes e João Borges de Oliveira.