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Morreu “uma das mais proeminentes poetas da literatura contemporânea americana”, como a Academia Sueca descreveu Louise Glück, quando lhe atribuiu o Prémio Nobel da Literatura, em 2020. Tinha 80 anos.
A notícia foi dada pelo editor Jonathan Galassi, na Farrar, Straus and Giroux, que confirmou a morte da poeta e escritora norte-americana à Associated Press, citadapelo The Washington Post, não tendo avançado com mais detalhes.
A poeta foi galardoada com o Prémio Nobel em 2020, tornando-se assim na 16.ª mulher a vencê-lo, pela sua “voz poética inconfundível que, com beleza austera, torna a existência individual universal”. Algo que, na altura, fez com que ficasse chocada. “Fiquei completamente pasmada que tivessem escolhido um poeta lírico branco americano. Não faz sentido nenhum. Agora, a minha rua está cheia de jornalistas”, confessou ao The New York Times.
Louise Glück: “Fiquei pasmada que escolhessem um poeta branco americano. Não faz sentido nenhum”
Nascida a 22 de abril de 1943, Louise Glück lançou a sua primeira obra, Firstborn, em 1968. A esta, seguiram-se doze livros de poesia focados em temas como a infância e vida familiar ou as relações estreitas entre pais e irmãos e a morte.
A poeta chegou a ser reconhecida pelo Presidente Barack Obama em 2015, ano em que recebeu a Medalha Nacional de Artes e Humanidades pela sua obra. Desde então, além do Nobel, também venceu o Tranströmer, atribuído na Suécia, por “uma poesia que com exatidão e negrura faz ressoar o pessoal desde um fundo mitológico e histórico”.
Em 2020, as obras de Louise Glück foram finalmente publicadas em Portugal, nomeadamente The Wild Iris (tradução de Ana Luísa Amaral), Averno (tradução de Inês Dias), Faithful and Virtuous Night (tradução de Margarida Vale de Gato) e a A Village Life (tradução de Frederico Pedreira).
Relógio d’Água anuncia publicação da obra poética de Louise Glück
Livros como The Triumph of Achilles, publicado originalmente em 1985, e Ararat, de 1990, fizeram com que Glück encontrasse “um público crescente” dentro e fora dos Estados Unidos. No entanto, foi o TheWildIris, uma coleção de poemas que coloca as flores de um jardim em conversa com um jardineiro, que lhe concedeu o Pulitzer Prize em 1993.
O National Book Award veio duas décadas mais tarde, com o Faithful and Virtuous Night, que aborda temas como o luto e a mortalidade. “O leitor é novamente atingido pela presença da voz e Glück aborda o tema da morte com notável graça e leveza”, disse Anders Olsson sobre a última coletânea da poeta.
Foi Poeta Laureada dos Estados Unidos entre 2003 e 2004 e recebeu ainda o National Book Critics Circle Bollingen Prize, atribuído pela Universidade de Yale.
Poeta norte-americana Louise Glück vence Prémio Nobel da Literatura
“A maioria das coisas que tenho para dizer é transformada em poemas. O resto é só entretenimento”, disse, após receber o Prémio Nobel.