O Papa apelou esta sexta-feira ao silêncio das armas “num mundo em convulsão e dilacerado pelas divisões e pelo veneno do ódio e pela loucura da guerra”, ao presidir à Oração pela Paz na Basílica de São Pedro, no Vaticano.

A celebração — num momento em que o mundo se confronta com o conflito na Ucrânia há mais de um ano e meio e com a escalada das hostilidades militares entre Israel e o movimento islamita palestiniano Hamas —, concluiu o dia de jejum e oração que o pontífice convocou no Angelus, para reunir “o povo de Deus disperso pelo mundo”, com vista a inspirar “caminhos de paz aos responsáveis das nações”.

Francisco implorou mais uma vez à “Virgem Maria, rainha da paz”, que interceda pelo fim da violência na Terra Santa, exigindo urgência “nestes tempos dilacerados por conflitos e devastados pelas armas” e que “apagam o futuro”, segundo o portal Notícias do Vaticano.

O Papa chegou à Basílica de São Pedro em cadeira de rodas, ao som da “Schola Cantorum”, e dirigiu-se imediatamente para o ícone mariano para ali parar em oração.

Sentado algum tempo com a cabeça baixa numa poltrona branca, tendo ao seu lado a efígie mal iluminada de São Pedro, o Papa iniciou depois o seu discurso voltado para a imagem de Maria: “Nos momentos decisivos tomaste a iniciativa”, afirmou Francisco, observando que, “mesmo aos pés da cruz na qual estava pendurado o seu filho”, “a noite de dor” deu lugar à esperança pascal.

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“Agora, Mãe, tome novamente a iniciativa por nós”, rezou o Papa. “Dirige o teu olhar misericordioso para a família humana, que perdeu o caminho da paz, que preferiu Caim a Abel e, tendo perdido o sentido da fraternidade, não consegue encontrar o clima de casa”, pediu.

O apelo dramático do Papa surge na terceira semana de conflito entre o Hamas, que lançou em 7 de outubro um ataque surpresa contra o sul de Israel, que por sua vez declarou guerra ao grupo islamita, e iniciou uma campanha de bombardeamentos sistemáticos contra a Faixa de Gaza, acompanhada de um cerco total ao território palestiniano.

O conflito já provocou milhares de mortos e feridos, entre militares e civis, nos dois territórios.

O grupo islamita Hamas lançou em 7 de outubro um ataque surpresa contra o sul de Israel com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados, fazendo duas centenas de reféns.

Em resposta, Israel declarou guerra ao Hamas, movimento que controla a Faixa de Gaza desde 2007 e que é classificado como terrorista pela União Europeia e Estados Unidos, bombardeando várias infraestruturas do grupo na Faixa de Gaza e impôs um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.

O conflito já provocou milhares de mortos e feridos, entre militares e civis, nos dois territórios.