A economia portuguesa registou uma queda no terceiro trimestre de 0,2% face ao trimestre anterior, ou seja, em cadeia, anunciou o INE (Instituto Nacional de Estatística), na primeira leitura sobre a evolução económica nacional. Em termos homólogos o crescimento foi de 1,9%.

O INE reviu em alta o Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre do ano face ao trimestre anterior, que afinal subiu ligeiros 0,1% em vez da estagnação inicialmente apontada. O PIB no segundo trimestre em termos homólogos subiu 2,6%, uma revisão também em alta.

No terceiro trimestre as exportações foram o que penalizaram a evolução económica em cadeia. Segundo realça o INE, “o contributo da procura externa líquida para a taxa de variação em cadeia do PIB, passou a negativo, após ter sido positivo no segundo trimestre, refletindo a redução das exportações quer de bens, quer de serviços, incluindo o turismo.

Ainda assim a procura interna conteve maior queda do PIB, já que o seu contributo “passou de negativo a positivo no terceiro trimestre, observando-se aumentos do consumo privado e do investimento”.

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Já em termos homólogos, o PIB cresceu 1,9% no terceiro trimestre, com “desaceleração significativa das exportações de bens e serviços em volume, tendo a componente de bens registado uma redução expressiva”. As importações de bens e serviços registaram, por seu lado, uma redução moderada devido à componente de bens. Como a redução do deflator das importações foi mais intensa que a do deflator das exportações, “verificou-se ganhos dos termos de troca mais elevados que no trimestre anterior”. A procura interna registou um contributo positivo na variação homóloga do PIB, registando o INE uma “aceleração do investimento e um abrandamento do consumo privado”.

Esta é a estimativa rápida do INE, pelo que não são dados mais pormenores. Os resultados detalhados serão divulgados a 30 de novembro.

Fonte: INE

O Banco de Portugal tinha admitido que o terceiro trimestre seria de contração de 0,1%, quando, em outubro, reviu em baixa a evolução do PIB anual para 2,1%, menos otimista que o Governo que apontou, na proposta de Orçamento do Estado para 2024, um crescimento para este ano de 2,2%.

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Os economistas contactados pela Lusa apontavam para um intervalo em cadeia entre uma expansão do PIB de 0,4% e uma contração de 0,3% e para um crescimento entre 1,7% e 2,4% em termos homólogos.

No terceiro trimestre deste ano, o PIB da zona euro também sofreu uma queda de 0,1%, tendo subido 0,1% na União Europeia em comparação com o segundo trimestre, revelou o Eurostat. No segundo trimestre, o PIB cresceu 0,2%  na zona euro e estagnou no bloco europeu.

Fonte: Eurostat

Nos estados-membros, a Letónia teve o maior crescimento do PIB no terceiro trimestre (+0,6%), seguida pela Bélgica (+0,5%) e Espanha (+0,3%). As maiores quedas foram registadas na Irlanda (1,8%), Áustria (-0,6%) e Chéquia (-0,3%). Segue-se logo Portugal e Estónia com que da de 0,2% e a Alemanha com 0,1%. Já em termos homólogos, Portugal teve a maior subida de 1,9%, seguindo-se Espanha (1,8%) e Bélgica (1,5%). As maiores quedas são as da Irlanda (4,7%), Estónia (2,5%), Áustria e Suécia (1,2%).

(Notícia atualizada às 10h45 com informações do Eurostat)