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O principal cemitério da cidade de Viena, Áustria, foi vandalizado esta quarta-feira num aparente ataque antissemita, o mais recente numa tendência que tem vindo a aumentar nas últimas semanas, fruto do escalar de tensões entre Israel e a Palestina. Desta vez, um grupo não identificado terá pegado fogo à secção judaica do cemitério e pintado suásticas nazis nas paredes, numa demonstração que deixou em alerta as autoridades locais.
A denúncia foi feita na quarta-feira pelo presidente da Comunidade Judaica de Viena, Oskar Deutsch. Na rede social X, o responsável partilhou fotografias do ato e indicou que o incêndio danificou o lobby de acesso a um salão de cerimónias. As autoridades terão recebido um alerta durante as primeiras horas de quinta-feira e encontram-se neste momento a investigar o caso.
De acordo com a Associated Press, que cita a agência de notícias da Áustria, o incêndio terá começado durante a noite; quando os bombeiros chegaram ao local, por volta das 08h00, as chamas já quase se tinham extinguido por si próprias, restando apenas os danos materiais e os símbolos de ódio nas paredes.
“No decurso da investigação, foram encontrados símbolos nazis pintados com spray vermelho na parede exterior do salão e alguns dos túmulos, confirmou o gabinete estatal de combate ao terrorismo, citado pelo jornal espanhol ABC.
Ich verurteile den Anschlag auf den jüdischen Friedhof in Wien auf das Schärfste. Antisemitismus hat keinen Platz in unserer Gesellschaft und wird mit allen politischen und rechtsstaatlichen Mitteln bekämpft. Ich hoffe, die Täter werden rasch ausgeforscht. https://t.co/spcFXh370K
— Karl Nehammer (@karlnehammer) November 1, 2023
O chanceler austríaco condenou rapidamente o ataque ao cemitério, expressando o seu desejo de que os responsáveis sejam “rapidamente identificados”. Também nas redes sociais, Karl Nehammer declarou que “o antissemitismo não tem lugar na sociedade moderna, e será combatido com todos os meios políticos e legais” disponíveis.
Em função deste e de outros ataques, cuja frequência tem aumentado desde o eclodir da guerra entre Israel e o Hamas, a Comunidade Judaica de Viena já veio pedir publicamente uma revisão nos estatutos de proteção das instituições judaicas austríacas.
A organização marcou ainda presença numa manifestação na Praça Heldenpatz, inicialmente convocada para pedir a libertação dos reféns israelitas do Hamas, mas que, à luz dos acontecimentos, assumiu um caráter mais abrangente contra o ódio, a violência e o antissemitismo.
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