Portugal está a “acompanhar através dos postos diplomáticos e consulares em Maputo” a situação de uma jovem luso-moçambicana raptada por três homens armados na quarta-feira na capital moçambicana quando saía de sua casa, disse à Lusa fonte oficial.
“A situação está a ser acompanhada através dos postos diplomáticos e consulares em Maputo, que estão em contacto com a família”, disse uma fonte do Ministério dos Negócios Estrangeiros.
Um grupo de três homens armados raptou na manhã de dia 1 a jovem de 26 anos, quando esta saía da sua casa em Maputo, cerca das 07h50 locais (05h50 em Lisboa), com a intenção de se dirigir a um ginásio, na capital moçambicana, segundo o porta-voz da Polícia da República de Moçambique (PRM), Lionel Muchina, em declarações à Lusa no dia do rapto.
A mesma fonte acrescentou que as forças policiais, entre as quais o Serviço Nacional de Investigação Criminal (Sernic), estão a trabalhar em conjunto para esclarecer o caso, e que existem “muitas pistas” sobre o rapto.
As circunstâncias do rapto são atípicas, uma vez que se trata de uma cidadã comum, luso-moçambicana com ascendência indiana, em relação à qual não consta que tenha bens pessoais avultados ou que pertença a uma classe de alvos-padrão neste tipo de situações.
“Fizemos uma avaliação no terreno e constatámos que a família não tem histórico empresarial”, sublinhou Muchina, na passada quarta-feira.
Algumas cidades moçambicanas, principalmente as capitais provinciais, voltaram a ser afetadas desde 2020 por uma onda de raptos, visando principalmente empresários ou seus familiares.
O primeiro-ministro de Moçambique, Adriano Maleiane, anunciou no parlamento em maio último que foram já selecionados os agentes que vão trabalhar numa unidade especial de combate aos raptos que afetam as principais cidades do país.
“A primeira fase, já finalizada”, da criação da unidade de combate aos raptos, “consistiu na seleção dos agentes” e a etapa seguinte será a especialização do efetivo e contará com o apoio dos parceiros de cooperação, especificou então.
De acordo com um balanço apresentado pelo chefe do Governo moçambicano na altura, desde 2021 foram registados em Moçambique 28 casos de rapto, dos quais “15 foram totalmente esclarecidos”.