Os apoiantes do grupo Climáximo manifestaram-se, esta quarta-feira, em frente à sede da EDP, na Avenida 24 de julho, em Lisboa. Depois disso, o grupo dirigiu-se para a sede da Galp, onde os elementos foram identificados e revistados por agentes da PSP, informa o grupo.

A ação do grupo tinha sido anunciada nas redes sociais, num convite a uma “busca popular à EDP” numa alusão à atual investigação em curso sobre os alegados casos de corrupção nos projetos de energia — situação que levou à demissão do primeiro-ministro. A visita à Galp tinha o mesmo objetivo.

Junto à EDP, os manifestantes estiveram sentados no chão, acompanhados por um dispositivo policial no local. Junto à sede da Galp, também foram intercetados pela PSP.

“Há projetos de energia ‘verde’ em que o Governo, a EDP, Galp, REN e outras estão envolvidas. Houve buscas, detenções e demissões no Governo. Nada disto aconteceu na EDP, Galp ou REN”, era possível ler na convocatória no Instagram e na rede social X, partilhada na terça-feira. Nas redes sociais, o grupo pediu vozes para “responsabilizar a EDP pelos seus crimes e corrupção”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

A convocatória do grupo surgiu no dia em que houve buscas a várias entidades, devido a investigações judiciais ligadas a decisões e projetos relacionados com lítio, hidrogénio verde e também um centro de dados. As buscas geraram um turbilhão político e António Costa anunciou a demissão do cargo de primeiro-ministro, durante a tarde.

Lítio, hidrogénio e data center. Os projetos protagonistas da transição envolvidos no furacão jurídico e político

À mesma hora em que Costa falava ao país, devia ter início o julgamento de três ativistas do movimento Climáximo, mas a greve dos funcionários judiciais adiou o julgamento.

Greve adia julgamento de ativistas. Movimento Climáximo convoca “busca popular” à EDP

À saída do tribunal, Leonor Canadas, ativista do grupo e uma das arguidas, disse à agência Lusa que “este tipo de processos não faz qualquer sentido, contra alguém que está a lutar pela vida e contra a violência [ambiental] em curso”. A ativista questionou quais foram as consequências para o Governo e as empresas. “O que o dia de hoje deixa visível é que o Governo e empresas estão a participar numa aliança histórica contra a vida”, declarou Leonor Canadas.

“António Costa demitiu-se, gostava de saber quantos CEO destas empresas se vão demitir”, questionou a ativista, mencionando empresas como a Galp, REN ou a EDP.

“Obviamente apresentei a minha demissão ao Presidente”. Costa sai e não se recandidata

O movimento Climáximo tem feito várias ações nos últimos meses. No início de outubro, interromperam a circulação na Segunda Circular e penduraram-se na ponte pedonal da Galp, num protesto junto aos escritórios da empresa. Já no fim do mês, bloquearam parte da estrada da Rua da Escola Politécnica, em Lisboa, em frente ao Museu de História Natural e da Ciência.

Polícia retirou os dois manifestantes pelo clima pendurados na ponte pedonal da Galp na 2.ª Circular, em Lisboa