Manifestantes do grupo Climáximo sentaram-se esta terça-feira na 2.ª Circular, em Lisboa, em frente aos escritórios da Galp, interrompendo temporariamente a circulação. Os jovens já foram entretanto retirados do local e detidos pelas autoridades. Dois estiveram também pendurados por cabos na ponte pedonal em frente à Galp, com uma faixa com a frase “O Governo e as empresas declaram guerra à sociedade e ao planeta”, sendo mais tarde retirados pela polícia.

Ao início da tarde, os jovens detidos foram libertados e serão presentes a tribunal esta quarta-feira de manhã, no Campus da Justiça, em Lisboa. Em causa poderá estar um crime de desobediência. À CNN, Noah Zino, um dos manifestantes que foi detido e teve de receber tratamento hospitalar, referiu que a reação de algumas pessoas durante a manhã foi “previsível”. “Estamos a parar a normalidade”, acrescentou. “As pessoas entendem que estamos em guerra.”

Passava pouco das 9h quando nove elementos do Climáximo se sentaram na estrada, em fila, impedindo a circulação do trânsito durante alguns minutos no sentido Benfica-aeroporto, enquanto outros dois se penduraram na ponte pedonal em frente à Galp.

Num primeiro momento, foram alguns dos condutores a obrigar os manifestantes, identificados com coletes laranja da Climáximo, a sair da estrada. Um deles terá ficado ferido sem gravidade devido aos desacatos com um motorista. Vídeos amadores divulgados nas redes sociais mostram os condutores a arrancar as faixas das mãos dos manifestantes e a arrastar alguns deles à força da estrada para o passeio.

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[Veja o vídeo]

Depois de serem afastados da estrada pelos condutores, os manifestantes ainda voltaram a bloquear novamente as vias. Acabaram por ser novamente removidos quando a polícia chegou ao local, como mostram vídeos publicados nos stories da conta de Instagram do Climáximo.

As autoridades ainda cortaram temporariamente duas das três faixas de trânsito no sentido Benfica-aeroporto para conseguir tirar os dois elementos do grupo Climáximo que estavam suspensos por cabos. Segundo revelou um manifestante à CNN, a polícia foi informada de que não estavam em total de segurança. Durante várias horas a circulação esteve condicionada, mas voltou a ser restabelecida por volta das 11h15, assim que os dois jovens foram retirados.

Num comunicado enviado às redações, o Climáximo explica que a manifestação foi convocada porque “a crise climática é um genocídio”, acrescentando que se realizou junto à Galp porque a empresa é “um dos maiores culpados por milhares de mortes e deslocamentos”.

O grupo revela que os nove jovens que bloquearam a estrada da 2.ª Circular foram transportados para a esquadra de Benfica, para onde o grupo convocou uma vigília de solidariedade até que sejam libertados. Para já ainda não sabem para onde foram levados os dois manifestantes que estiveram suspensos na ponte pedonal.

O Climáximo diz ainda que o “governo e as empresas declararam guerra a todas as pessoas e ao planeta”, acusando-os de serem culpados de genocídio. “Nós, as pessoas normais, temos de falar. Tudo o que amamos está a ser destruído. Não podemos continuar a consentir com este ato de violência sobre nós”, sublinham.

Com Daniel Lemos