O fim da atual temporada pode ser um autêntico fim de ciclo para a Roma: José Mourinho termina contrato, Rui Patrício termina contrato e Leonardo Spinazzola termina contrato, sendo que nenhuma das renovações é garantida. O treinador português já abriu a porta à possibilidade da saída inúmeras vezes, entre a época passada e a atual, e voltou a fazê-lo numa entrevista em que deixou claro que tem o futuro por decidir.
“Não sei se vou continuar. A última vez que falei com o presidente foi depois do jogo contra a Lazio, durante 10 minutos. Tenho uma relação especial com esta cidade e com este clube, os adeptos fazem com que te sintas diferente. Não tenho problemas em dizer que a Roma tem um lugar muito especial na minha carreira”, disse Mourinho à RAI, sublinhando que acredita que “um dia” vai rumar à Arábia Saudita. “No entanto, quando digo ‘um dia’ não estou a falar de amanhã ou depois de amanhã”, ressalvou.
Mourinho e Sarri só ganharam um abraço amigo: Roma empata com Lazio no primeiro dérbi da época
O treinador de 60 anos chegou à Roma em 2021 e conquistou a Liga Conferência, para além de ter chegado à final da Liga Europa da época passada, onde perdeu com o Sevilha nas grandes penalidades. Em resposta às críticas que recebe desde o início da carreira — e que tantas vezes tem recebido em Itália –, aproveitou para deixar um recado aos “pseudo adeptos e pseudo intelectuais do futebol”.
“Se eu fosse outro treinador, noutro clube e com um perfil diferente, a narrativa seria completamente diferente. Mas isso não é um problema para mim, porque lidei com isso durante toda a carreira. Já estava habituado há 10 anos, não pode ser um problema agora. No entanto, penso que é um problema para a Roma enquanto clube, porque merece muito mais elogios. É um problema para os adeptos, que também merecem muito mais. Mas é uma alegria para os pseudo adeptos e os pseudo intelectuais do futebol, que nos criticam”, defendeu Mourinho.
Questionado sobre a possibilidade de Carlo Ancelotti deixar o Real Madrid para rumar à seleção brasileira, o treinador português defendeu que o italiano é a pessoa “perfeita” para os merengues e pareceu aconselhá-lo a ficar. “Só um louco deixaria o Real Madrid quando ainda é desejado. E esse louco fui eu, o único que depois de três anos com um presidente que ainda me queria decidiu sair. Tenho a certeza de que, ao primeiro sinal de Florentino [Pérez], Carlo ficará. É perfeito para o Real Madrid e o Real Madrid é perfeito para ele”, atirou, comentando também a hipótese de regressar ao clube espanhol.
“Quando têm um super treinador, por que é que vão pensar noutra pessoa? Conhecendo Florentino Pérez — e conheço-o muito bem –, é um homem super inteligente. Se lermos os jornais percebemos que tem ideias muito claras. Como madridista e como amigo de Ancelotti, espero que a época corra muito bem e que no próximo ano ele ainda lá esteja, porque é o treinador perfeito para o Real Madrid”, terminou.