Mais de 11 meses após a detenção de Dani Alves, o Ministério Público pediu uma pena de nove anos de prisão por considerar que há provas suficientes para mostrar que o futebolista violou sexualmente uma jovem de 23 anos numa discoteca em Barcelona, em dezembro de 2022.
Além disso, na nota divulgada esta quinta-feira, pela agência EFE, o Ministério Público solicitou uma indemnização de 150 mil euros à vítima, pelas “sequelas físicas e psicológicas” e “danos morais sofridos”, e uma ordem de afastamento, para que o jogador não brasileiro não se possa aproximar dela a menos de um quilómetro, assim que cumprir a pena de prisão. E não fica por aqui.
Se se comprovar que Dani Alves “insistiu” mesmo para que a alegada vítima dissesse “que era a sua puta” e que efetivamente “tentou” que esta “lhe fizesse sexo oral”, o Ministério Público pede ainda que ele seja colocado em liberdade condicional por um período de dez anos após a pena de prisão.
Dani Alves formalmente acusado de abuso sexual de uma jovem em Barcelona
Esta nota segue-se ao pedido da nova advogada de Dani Alves, Inés Guardiola, para que o seu cliente aguardasse pelo julgamento, que deve ocorrer no início de 2024, em liberdade. O Ministério Público opôs-se imediatamente a este cenário, mas, nos próximos dias, ambas as partes defenderão as suas pretensões.
No início do mês, foram revelados pelo programa Vamos a ver, do canal espanhol Telecinco, as declarações da jovem sobre o que terá alegadamente acontecido na noite de 30 de dezembro de 2022.
A mulher começou por referir que foi o jogador brasileiro, na altura casado com Joana Sanz, quem interagiu consigo em primeiro lugar, na discoteca Sutton, em Barcelona. “Ele estava atrás de mim e eu tinha o meu primo à minha frente. Depois, lembro-me que ele se virou e fez um gesto na minha direção, como se eu devesse ir ter com ele. Acabei por pensar simplesmente e sem mais nada: ‘Fala com ele e vê o que quer’. Em nenhum momento soube para onde estava a ir”, disse.
Segundo o testemunho, o futebolista acabou por levá-la para “uma casa de banho minúscula”, onde tentou ter relações sexuais com a jovem, apesar de estar ter sempre negado. “Lembro-me de ele me levantar o vestido e de me fazer sentar em cima dele. De lhe dizer: ‘Não posso’. E de ele ter começado a dizer-me muitas coisas. Insistiu que eu tinha de lhe dizer que era a sua puta e, a partir desse momento, lembro-me de ter resistido”, recordou. “Tentou que lhe fizesse sexo oral. Comecei a afastar-me dele, até que me agarrou pelo pescoço e começou a dar-me chapadas”, acusou.
A imprensa espanhola avançou, no início do mês, que o mais provável é que o internacional brasileiro, que jogava no Barcelona na altura dos factos, se dê como culpado, de forma a pagar uma indemnização à vítima — que sempre recusou esse direito, dizendo que quer se faça justiça — e a evitar uma possível de pena de prisão, balizada entre os oito a dez anos.