O ex-ministro da Saúde António Correia de Campos admitiu, num programa de debate televisivo sobre o caso das gémeas luso-brasileiras, que “tinha um assessor só para as cunhas“. O trabalho desse assessor, acrescentou, era fazer a “filtragem” e separar as que “eram válidas” e as que não.
A admissão, feita “com toda a lealdade e com toda a frontalidade”, surgiu no programa “É ou não é”, na RTP, na noite de quinta-feira. “Todas as cunhas que entram não são todas válidas. Algumas pedem a Lua, outras que pedem coisas que… algumas fazem sentido, porque a acessibilidade não é igual para todos“, disse Correia de Campos.
Correia de Campos considerou, porém, que quem “quer que seja que tenha autoridade”, como um ministro ou outro detentor de cargo político, deve “defender-se absolutamente” de fazer diligências a pedido de familiares ou amigos.
A revelação foi feita no dia em que foi noticiado que o ex-secretário de Estado da Saúde António Lacerda Sales ter-se-á reunido várias vezes com o filho do Presidente da República, Nuno Rebelo de Sousa, no âmbito do caso das gémeas luso-brasileiras que vieram a Portugal em 2020 receber tratamento com o medicamento Zolgensma, – um dos mais caros do mundo — para a atrofia muscular espinhal.