Elon Musk pagou 44 mil milhões de dólares pelo Twitter, que entretanto passou a denominar-se X, em outubro de 2022. Pouco mais de um ano depois, a Fidelity, uma das investidoras que participou na aquisição, estima que a rede social vale menos 71,5%, ou seja, menos de um terço do valor pago pelo multimilionário.
De acordo com documentos sobre o valor do seu fundo Blue Chip Growth, segundo a Bloomberg, a Fidelity avalia a sua participação na plataforma — que é de cerca de 45% — em 5,6 mil milhões de dólares, menos 19% face ao valor presente na avaliação feita em setembro e menos 71,5% face à altura da aquisição.
Desta forma, como a empresa não revelou qualquer alteração face à participação que detém no X, é estimado que também a plataforma de Musk tenha perdido 71,5% do seu valor. Porém, não é claro como é que a Fidelity chega a esta estimativa, nomeadamente se recebe informações do antigo Twitter que não são públicas (uma vez que deixou de ser cotado). Contactada pela Bloomberg, a empresa recusou-se a prestar esclarecimentos, afirmando que não comenta investimentos individuais.
O site Axios adianta que a queda de 71,5% inclui uma desvalorização de 10,7% só no mês de novembro, o último analisado nos documentos, altura em que Elon Musk fez comentários que foram vistos como antissemitas por entidades como a Casa Branca e que levaram a um novo êxodo de anunciantes. Grandes empresas como Disney, Apple, IBM e Warner Bros são algumas das que deixaram a plataforma.
No mesmo mês, numa conferência do jornal The New York Times, em Nova Iorque, onde foi abordada esse êxodo, o patrão da Tesla e da Space X acusou os anunciantes de “chantagem”: “Não anunciem. Se alguém está a tentar chantagear-me com o dinheiro da publicidade, vão-se f****.”