A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE) considerou este sábado que todos os partidos têm de dizer com clareza aos eleitores o que vão fazer no dia a seguir às eleições legislativas, nomeadamente que maiorias vão constituir.
“Por uma questão de transparência e de respeito para com os eleitores, cada partido tem a responsabilidade de dizer como é que vai ser o dia a seguir às eleições e que maiorias é que vão constituir-se e em torno de que medidas porque as eleições são sobre isso”, afirmou Mariana Mortágua aos jornalistas, no Porto, à margem de um protesto dos trabalhadores dos bares dos comboios.
Na opinião da dirigente do BE, cada partido tem o dever de dizer “ao que vem” e assumir os seus compromissos antes das eleições, lembrando que a esquerda tem uma responsabilidade maior do que simplesmente evitar a direita dizendo que a direita é má.
Mariana Mortágua insistiu nesta ideia depois de, na sexta-feira, ter assumido o compromisso de, após as legislativas de março, negociar um acordo de maioria para um programa de Governo de esquerda.
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“O Bloco de Esquerda disse ao que vem nestas eleições, disse o que quer fazer depois das eleições, toda a gente sabe que ninguém quer uma maioria absoluta em Portugal e, por isso, é responsabilidade de todos os partidos dizerem com clareza aos eleitores o que é que vão fazer, que maiorias vão constituir e maiorias em torno de que medidas”, reafirmou.
A esquerda tem a responsabilidade de oferecer um projeto mobilizador e de esperança ao país e dizer ao país como é que se resolvem os problemas que a maioria absoluta do PS agravou, acrescentou.
Mariana Mortágua entendeu que no dia a seguir às eleições só uma coisa interessa, nomeadamente se há ou não uma maioria para travar o aumento do preço das casas, para ter carreiras que permitam ter médicos nos hospitais e medidas para respeitar os professores.
Na sua visão só com um projeto vencedor e de esperança é que se derrota a direita.
“As pessoas lembram-se bem do que foi a governação da direita. Lembram-se bem desta família da direita de Pedro Passos Coelho, que tinha como líder parlamentar Luís Montenegro [atual líder do PSD] e que tinha como discípulo André Ventura [líder do Chega] e, portanto, acho que ninguém quer regressar a esse passado”, vincou.