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A Rússia anunciou esta segunda-feira que retirou cerca de 300 residentes de Belgorod, pela primeira vez em quase dois anos de conflito com a Ucrânia, quando a cidade está a sofrer com a intensificação dos ataques das forças de Kiev.
“Cerca de 300 residentes de Belgorod, que decidiram ser retirados temporariamente, estão agora alojados em centros de acolhimento em Stary Oskol, Gubkin e no distrito de Korotchansky”, mais longe da fronteira com a Ucrânia, disse o governador regional, Vyacheslav Gladkov, num vídeo publicado na rede social Telegram.
Na sexta-feira, Gladkov propôs aos residentes que saíssem da cidade de Belgorod, cidade na fronteira com a Ucrânia, alvo da intensificação dos bombardeamentos ucranianos.
Esta medida sem precedentes para uma grande cidade da Rússia contradiz as afirmações do Kremlin sobre a guerra, que tem dito que o conflito não está a afetar diretamente a vida quotidiana e a segurança dos russos.
Esta imagem, no entanto, foi posta em causa no fim de dezembro, quando 25 pessoas perderam a vida em Belgorod num ataque ucraniano, o número mais alto de civis mortos em solo russo desde o início da ofensiva militar de Moscovo na Ucrânia, que teve início em 24 de fevereiro de 2022.
O Presidente russo, Vladimir Putin, afirmou aos seus cidadãos que iria “intensificar” os ataques contra a Ucrânia, cerca de dois meses antes das eleições presidenciais na Rússia.
Gladkov afirmou esta segunda-feira que nas últimas 24 horas, as autoridades regionais também “receberam 1.300 pedidos para enviar crianças de Belgorod para campos escolares fora da cidade, noutras regiões”.
O responsável garantiu ter contactado os seus homólogos das regiões de Voronezh, Kaluga, Tambov e Yaroslavl para ajudar as autoridades regionais. Gladkov, no entanto, não indicou se outras saídas voluntárias de adultos estavam em andamento ou planeadas para breve.
O Ministério da Defesa russo afirmou na manhã desta segunda-feira ter “intercetado”, às 07h00 locais (04h00 em Lisboa), um míssil aéreo ucraniano S-200 “acima da região de Belgorod”.
Neste contexto, a Câmara Municipal de Belgorod já tinha apelado na sexta-feira, pela primeira vez em dois anos, aos residentes para que protegessem as suas janelas de possíveis estilhaços de vidro devido aos ataques ucranianos.
Num sinal de preocupação crescente nesta área, as autoridades regionais também anunciaram o adiamento do início do ano letivo escolar em Belgorod e arredores para o período entre 9 e 19 de janeiro.