As emissões de gases com efeito de estufa norte-americanas diminuíram 1,9% em 2023, revelou na quarta-feira um estudo, apontando que a velocidade da redução deve mais do que triplicar segundo compromissos internacionais.

Os Estados Unidos, segundo maior emissor do mundo, comprometeram-se a reduzir para metade as emissões até 2030, em comparação com os níveis de 2005. A diminuição desde 2005 é de 17,2%, de acordo com esta estimativa do centro de investigação Rhodium Group.

A redução das emissões em 2023, em relação a 2022, deve-se, nomeadamente, à menor produção de eletricidade a partir do carvão.

Embora os Estados Unidos continuem a produzir 17% da eletricidade nacional a partir desta fonte de energia — um dos maiores emissores — o valor está no nível mais baixo de sempre, de acordo com o relatório do Rhodium Group.

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A produção de eletricidade a partir de carvão está a ser gradualmente substituída por centrais a gás e energias renováveis, mas a primeira, que também gera emissões, está a crescer duas vezes mais depressa do que a segunda.

A queda em 2023 ocorreu paralelamente ao crescimento económico, mais de 2%, sublinha ainda no documento o grupo de investigação. Nos últimos dois anos, tinha-se observado um aumento das emissões no contexto de uma recuperação económica pós-pandemia.

“O declínio das emissões em toda a economia é um passo na direção certa”, sublinha o relatório, referindo, no entanto, que “a velocidade deste declínio deve mais do que triplicar e manter-se a este nível de 2024 a 2030, para cumprir os objetivos climáticos dos Estados Unidos no âmbito do Acordo de Paris”.

O prazo de 2030 “está a aproximar-se rapidamente e o cumprimento destes objetivos é um desafio cada vez mais difícil sem uma nova decisão política importante”, salienta o autor do estudo.

Ainda de acordo com o grupo, é demasiado cedo para avaliar o impacto dos principais planos de investimento do Presidente dos EUA, Joe Biden, para a transição energética.

Enquanto a produção de eletricidade está a diminuir, o setor dos transportes, que lidera as emissões de gases com efeito de estufa, continua a emitir mais (+1,6%), nomeadamente com o aumento do tráfego aéreo e do consumo de gasolina.

Os Estados Unidos são atualmente o segundo maior emissor de gases com efeito de estufa em termos absolutos, apenas atrás da China.

No entanto, se forem tidas em conta as emissões históricas, ou seja, as emissões acumuladas desde 1850, o país norte-americano mantém-se no topo da classificação.